Pesquisa do BC mantém aposta em juros de 11,50% no fim do ano

12/02/2007 - 9h04

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa básica de juros que serve para remuneraros títulos do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), hoje de 13% aoano, deve terminar 2007 na faixa de 11,50%, de acordo com expectativa média deuma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras consultadospelo Banco Central, na última sexta-feira (9), sobre as tendências do mercadoem relação aos principais indicadores da economia.Os analistas financeiros acreditamque as condições macroeconômicas continuam favoráveis, e como a inflaçãocontinua sob controle e sem perspectiva de pressão a curto e médio prazos, apostamna queda gradativa da taxa de juros, com possibilidade de chegar a 10,50% nofinal do ano que vem.Isso é o que revela o Boletim Focus,divulgado hoje (12) pelo BC, com os resultados da pesquisa, que confirma, há 24semanas, o crescimento de 3,50% para o Produto Interno Bruto (PIB), soma dasriquezas produzidas no país. O índice é o mesmo para o PIB de 2008, a despeitodas afirmações das autoridades governamentais, que falam em evolução anual deaté 5%, em decorrência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).A pesquisa do BC elevou de 48,90%para 49% a projeção de equivalência da dívida líquida do setor público emrelação ao PIB, no final deste ano. Isso significa dizer que quase metade detudo que o país produz está comprometido com a dívida. Essa relação, que chegoua 57% em 2003, vem caindo progressivamente, e os economistas da iniciativaprivada calculam que a equivalência dívida/PIB pode cair para 47% no ano quevem.Os especialistas reduziram mais umpouco a perspectiva de cotação do dólar norte-americano, que deve chegar aofinal de 2007 valendo R$ 2,18 (ante R$ 2,20 na semana passada), e a cotaçãopara o final de 2008, antes estimada em R$ 2,30, caiu para R$ 2,29.Apesquisa manteve as projeções de US$ 39 bilhões para o saldo da balançacomercial (exportações menos importações) no ano, e de US$ 17 bilhões para aentrada de investimento estrangeiro direto no setor produtivo; e melhorou deUS$ 7 bilhões para US$ 7,50 bilhões a estimativa para o saldo de contacorrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com oexterior.