Greenpeace protesta contra liberação de milho transgênico

12/02/2007 - 13h50

Renato Brandão
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A organização não-governamental Greenpeace realiza hoje (12)atos de protesto em sete capitais contra a liberalização para plantio e consumode diversas patentes de milho transgênico no Brasil, que poderão ser aprovadasnos dias 14 e 15 pela Comissão Técnica Brasileira de Biossegurança (CTNBio), emBrasília. As manifestações acontecem em Belo Horizonte, Brasília, Manaus, PortoAlegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.A coordenadora da Campanha de Engenharia Genética doGreenpeace, Gabriela Vuolo, disse que os protestos são em favor dabiossegurança brasileira e buscam influenciar o voto dos 27 membros da CTNBio,conselho responsável pela avaliação da segurança dos alimentostransgênicos antes de serem aprovados para plantio e consumo.“É importante esclarecer que o Greenpeace não é contra ostransgênicos em si, mas sim contra a liberação dos transgênicos no meioambiente”, disse Vuolo. “Porque existem transgênicos que são utilizados emambiente confinado, e quanto a isso não vemos problemas, porque existe todo umcontrole. Mas quando há a liberação no meio ambiente, é algo mais preocupante”.De acordo com a coordenadora do Greenpeace, a partir domomento em que os transgênicos são liberados no meio ambiente, não há qualquertipo de controle. “Eles são seres vivos, que espalham suas sementes e seupólen, além de poderem cruzar com variedades tradicionais e causar um grandeproblema ambiental”, alerta.Gabriela Vuolo afirmou que o risco da liberação do milhotransgênico é o de contaminar geneticamente as variedades tradicionais doproduto brasileiro. “Isso coloca em risco toda a diversidade genéticabrasileira. O Brasil é um centro de diversidade do milho, e temos diversasvariedades locais e tradicionais de milhos que foram sendo melhoradas eaprimoradas por agricultores ao longo de muitos anos. São variedades que seadaptaram ao clima e ao solo brasileiro, através do conhecimento tradicionaldos agricultores”, afirmou.Além das manifestações públicas, que se estendem até o dia 15, representantes do Greenpeaceestarão em Brasília para acompanhar as decisões do CNTBio.