Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Indignação com a lentidão da Justiça é o que pretende demonstrar a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge. Ela participa, hoje (28), de ato público e culto ecumênico em Unaí, onde os auditores fiscais João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, Nelson José da Silva, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram mortos em uma emboscada enquanto trabalhavam para libertar trabalhadores escravos.Segundo apontou, a demora é uma estratégia dos criminosos para dificultar a punição. “O processo ainda se encontra no Tribunal Regional Federal da 1º Região porque os acusados entraram com uma série de recursos, no nosso entender meramente protelatórios, apenas para impedir que o processo seja encaminhado a Belo Horizonte e vá a julgamento. O processo está, aliás, bastante atrasado”, disse. Para ela, o objetivo da manifestação, além de buscar confortar as famílias, é, acima de tudo, relembrar à sociedade que um crime de “tamanha barbaridade” continua impune três anos depois. “A Justiça tem de reconhecer que os recursos são meramente protelatórios. O que queremos é o julgamento popular. Esse ambiente de impunidade tem trazido insegurança para os auditores. Essa insegurança está atrapalhando o trabalho de fiscalização na defesa dos trabalhadores. Está fazendo com que maus empregadores continuem afrontando a fiscalização”, finalizou.Além dos moradores do município, Unaí também recebe, neste domingo, uma caravana vinda de Belo Horizonte e outra de Brasília que prometem esquentar as manifestações que marcam os três anos do crime da equipe da Delegacia Regional do Trabalho.O número do processo para acompanhamento no site www.trf1.gov.br, no TRF 1ª Região é 2004.38.00.036647-4