Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Unaí (MG) - Cerca de 200 manifestantes estiveram hoje (28) na manifestação no local do crime, em Unaí, em uma estrada de terra próxima ao Trevo das Sete Placas. Exibiram faixas que pediam a rapidez do julgamento dos nove acusados de envolvimento na chacina onde morreram os auditores fiscais João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, Nelson José da Silva, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira.A esposa do motorista assassinado, Elba Soares, cobrou justiça e disse em tom emocionado que não vai parar de lutar “enquanto os envolvidos na chacina não forem condenados”.Cinco ônibus vieram de outras cidades para o protesto: dois de Belo Horizonte, um de Paracatu (MG), um de Goiânia e um de Brasília.A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, também cobrou reação da Justiça e manifestou revolta com a impunidade no país e com a falta de segurança no trabalho dos auditores fiscais.“Queremos julgamento já. Não importa a pena aplicada, mas que seja aplicada alguma pena. Sem segurança, os nossos auditores fiscais não conseguem trabalhar e combater o trabalho escravo na zona rural”.Depois do ato ecumênico, os manifestantes seguem para Unaí, aonde irão fazer uma caminhada por justiça e rapidez no julgamento.A “Chacina de Unaí” completa três anos hoje (28). A equipe da Delegacia Regional do Trabalho foi morta quando investigava denúncias de trabalho escravo na zona rural do município. O caso ganhou repercussão nacional e internacional.Familiares, amigos, auditores fiscais e trabalhadores cobram agilidade no julgamento dos acusados e exigem a punição dos culpados. Já se passaram mais de dois anos desde que a sentença da Justiça Federal, que decidiu levar a júri popular os acusados da chacina. De todos, somente o acusado Antério Mânica, atual prefeito de Unaí, tem direito a foro privilegiado.