Entre os acusados pela chacina, o atual prefeito de Unaí

28/01/2007 - 9h19

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os auditores fiscais João Batista Soares Lages, Eratóstenesde Almeida Gonçalves, Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira deOliveira foram assassinados a tiros na zona rural de Unaí no dia 28 de janeirode 2004. Já se passaram três anos, e o julgamento dos nove acusados deenvolvimento na chacina ainda não ocorreu. Familiares, auditores fiscais etrabalhadores cobram celeridade no julgamento.Logo após a “Chacina de Unaí”, o Ministério da Justiçadeterminou, ainda em fevereiro, a criação de um grupo de trabalho – compostopelas Polícias Federal, Civil e Militar de Minas, mais o Ministério PúblicoFederal, para investigar o crime.Os suspeitos de envolvimento na chacina são, segundoinvestigações, Erinaldo de Vasconcelos Silva; Rogério Alan Rocha Rios; WilliamGomes de Miranda, acusados de serem os pistoleiros; Francisco Elder Pinheiro,apontado como agenciador do grupo; e Humberto Ribeiro dos Santos, que tentoudestruir provas.Os empresários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro,o Zezinho, também estão sob suspeita de encomendarem a execução. Foramapontados, ainda, como mandantes do crime, os irmãos Norberto e Antério Mânica,atual prefeito de Unaí. Segundo O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais doTrabalho, dos nove suspeitos, três estão em liberdade beneficiados por habeascorpus. São eles: os irmãos Mânica e o empresário José Alberto Costa.Os acusadosAntério Mânica – É considerado o maior  produtor de feijão do país. Sempre foi alvode fiscalizações de combate ao trabalho escravo, a maioria delasrealizadas pelo fiscal Nelson José da Silva, lotado na subdelegacia deParacatu. Em novembro de 2003, ameaçou o fiscal de morte durante uma dasinspeções, conforme ele mesmo confessou em depoimento à Polícia Federal.Antério Mânica está em liberdade desde dezembro de 2004.Norberto Mânica – Irmão de Antério Mânica, também sofriafiscalizações freqüentes em suas fazendas. É considerado mandante do crime,junto com o irmão. Ele está em liberdade desde 28 de novembro de 2006.Hugo Alves Pimenta – Empresário, é acusado de ser o mandanteda execução dos fiscais. Deve R$ 2 milhões aos irmãos Mânica, alvos dasfiscalizações dos auditores. Pimenta se recusou a prestar depoimento à PolíciaFederal e disse que só fala em juízo. Está preso.José Alberto Costa - Conhecido como Zezinho, é empresário esuspeito de ter intermediado a contratação dos pistoleiros, a pedido do amigoHugo Pimenta. Para isso, fez contato com Francisco Elder Pinheiro, quearregimentou o grupo. Está em liberdade desde dezembro de 2004.Francisco Elder Pinheiro - Conhecido como Chico Pinheiro, éapontado como o homem que se encarregou de montar toda a estrutura para achacina. Ele está preso.Erinaldo de Vasconcelos Silva - É suspeito de ter executadotrês das quatro vítimas. Integrante de uma quadrilha de roubo de carga e deveículos que atua na região de Goiás e Noroeste de Minas, agia ao lado deRogério Alan Rocha Rios, chamado por ele para matar os auditores. Está preso.Rogério Alan Rocha Rios - É suspeito de ter participadodiretamente das execuções. Está preso.William Gomes de Miranda - Foi contratado para atuar comomotorista dos pistoleiros durante a chacina. Sua função era fazer olevantamento dos passos dos fiscais depois que eles deixassem o hotel em que sehospedavam. Por sua participação, confessa ter recebido R$ 11 mil. Está preso.Humberto Ribeiro dos Santos – É apontado como o homem queteria se encarregado de apagar uma das provas do crime. Depois das mortes, foicontratado por Erinaldo para arrancar a folha do livro de registros do HotelAthos, em Unaí,  onde os pistoleirosficaram hospedados. Também está preso.