Centrais sindicais criticam decisão sobre juros e pedem mudanças na economia

24/01/2007 - 22h43

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A redução da taxa básica de juros, a Selic, para 13%desagradou entidades que representam os trabalhadores. Em nota, o presidente daForça Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,  disse que, com a redução em 0,25 ponto, "o governo frustraos anseios dos trabalhadores". Ele considerou a redução "um banho deágua fria no morno PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]".Para o presidente da Força Sindical, será impossível crescer4,5% neste ano, como pretende o governo, com a taxa de juros no patamardefinido hoje (24) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central."Continuamos com o triste título de ‘campeões mundiais’ da taxa de juros.O governo precisa dar um ânimo e criar um circulo virtuoso na economia",disse o líder sindical.Na opinião do presidente da Força Sindical, a políticaeconômica atual é o grande entrave para o crescimento do país. "Precisamosurgentemente de uma autêntica agenda voltada para o desenvolvimento, com focona produção e na geração de empregos. O governo tem de entender que a grandetrava para o crescimento do País é a atual política econômica, que sóprivilegia o setor especulativo", afirmou.Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) definiu a decisãodo Copom como "decepcionante". A entidade expressou indignação, em nota,afirmando que nem as constantes reivindicações dos trabalhadores e do setorprodutivo por quedas mais expressivas na taxa Selic nem o anúncio do PAC foramsuficientes para sensibilizar os integrantes do comitê."Dezenas de notas oficiais emitidas após as decisões doCopom jamais sensibilizaram os integrantes desse restrito comitê, surdo aosapelos dos trabalhadores e do setor produtivo por uma queda acelerada da taxabásica de juros. Nem mesmo o anúncio do PAC, sinalização política do governofederal com vistas ao crescimento, retirou o manto da mesmice e da falta decoragem que obscurece a mente desses nobres cavalheiros. Chega de notas.Queremos mudanças. Os trabalhadores exigem participar ativamente das decisõesem torno da política econômica. Pela ampliação e democratização do Conselho MonetárioNacional, já", defendeu o presidente da CUT, Artur Henrique, no texto.Citado no final da nota pelo presidente da CUT, o ConselhoMonetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema FinanceiroNacional. Composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelopresidente do Banco Central, é o CMN que estabelece as diretrizes gerais daspolíticas monetária, cambial e de crédito. O conselho regula as condições paraa constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras etambém disciplina os instrumentos de política monetária e cambial.