Crédito fundiário já beneficiou 293 famílias no Sul neste mês

25/01/2007 - 0h20

Cleide Lopes Vieira
Repórter de A Voz do Brasil
Brasília - O programa Nacional de Crédito Fundiário jábeneficiou, de 1º de janeiro até hoje, 293 famílias de agricultores no sul dopaís, com investimentos de quase R$ 11 milhões. Em todo o país, o programabeneficiou 883 famílias, com recursos de R$ 26,45 milhões.

O programa é uma política complementar à reformaagrária clássica e tem por objetivo diminuir a pobreza no campo e melhorar aqualidade de vida dos trabalhadores rurais, com a concessão de crédito para acompra de imóvel e para investimento em infra-estrutura básica e produtiva emáreas não passíveis de desapropriação para a reforma agrária.

O agricultor pode financiar até R$ 40 mil e tem17 anos para pagar, com juros 1,15% ao ano. Se ele preferir quitar mais rápidoa dívida, tem um desconto especial.

O coordenador do Crédito Fundiário do Ministériode Desenvolvimento Agrário, Heitor Lermen, disse que os requisitos básicos parao agricultor ter acesso individualmente ao empréstimo são: ter tido experiênciarural nos últimos 15 anos, ter renda líquida máxima de R$ 15 mil anuais epatrimônio máximo de R$ 30 mil.

“Para o acesso coletivo, por associações, esseenquadramento é um pouco mais baixo: R$ 5,8 mil de renda e máximo de R$ l0 milem patrimônio. Mas nessas propostas de acesso coletivo os incentivos são um poucomaiores e uma parte dos recursos é a fundo perdido”

Segundo o coordenador, no sul do país, porexemplo, o crédito fundiário é de extrema importância para fortalecer econsolidar a agricultura familiar e permitir que o agricultor permaneça nocampo em condições de produzir.

”No sul temos 496 municípios, e 409 deles jáestão com propostas para requerer o crédito fundiário, o que podemos afirmarque o programa de assentamento está consolidado no estado”, afirma ocoordenador.

Segundo ele, o fato mais curioso é que 60% dosagricultores que tiveram acesso ao crédito são jovens de até 25 anos de idade,o que comprova a importância do programa para manter os jovens no meio rural.

O agricultor Ademar Benberg, de 25 anos, pegou oempréstimo para a aquisição de terra e diz que essa é a melhor alternativa. Segundoele, as condições atuais do país permitem aos jovens condições de ter “um pedaçode chão” e o programa ajuda nos investimentos.

“Como nossas famílias estão descapitalizadas essaé a melhor opção, porque os juros e os encargos são baixos, são boas ascondições de pagamento, e também no meio urbano a vida é fácil está difícilarrumar emprego, então essa é a única saída”.Segundo o coordenador do crédito fundiário,HeitorLermen, a meta de beneficiados até o final do ano deve ser definida a partir deum encontro, em março, mas a expectativa é de que 16 mil famílias tenham acessoao crédito em todo o pais em 2007.