Grazielle Machado
Da Agência Brasil
Brasília - A extinção da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), prevista no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), não agradou aos trabalhadores. Para o presidente do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, Valmir de Lemos Índio, o governo não deixou claro como vai ficar a situação desses trabalhadores.A Medida Provisória (MP) nº 346, publicada na edição extra de ontem (22) do Diário Oficial da União, oficializou o fim da RFFSA e prevê a liberação de cerca de R$ 100 milhões para quitar dívidas com os trabalhadores. Segundo o sindicalista, faltam clareza e diálogo: “Não nos surpreendeu a MP propriamente dita, mas ela traz tristeza e constrangimento. Não está claro, para os trabalhadores, como vai ficar o patrimônio público. Não é só a questão do emprego, mas como vão ficar as fiscalizações, como vai ficar a indústria regional. Também não está clara a questão dos inativos, dos pensionistas e até dos ativos".Ele defendeu mudança na administração da rede e lembrou que o sindicato já apresentou propostas aos ministérios dos Transportes e da Fazenda.O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse hoje (23), após conceder entrevista a emissoras de rádio parceiras da Radiobrás, que os trabalhadores ativos e inativos da empresa terão seus direitos preservados. "Os servidores ativos continuarão em exercício e passarão a ter a sua folha de salário administrada pela Valec", afirmou. A Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias é uma empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes responsável pela construção da Ferrovia Norte-Sul. Segundo a assessoria de comunicação da Valec, a folha de pagamento dos funcionários da RFFSA está em dia e a empresa vai ampliar sua estrutura para receber os novos funcionários.