Dezembro registra queda na emissão de cheques sem fundos

24/01/2007 - 19h46

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A média de cheques devolvidos em todo o país por falta de fundos,em dezembro de 2006, 18,9 cheques a cada mil compensações, foi 4,5% menor doque no mês anterior e 6,4% inferior a dezembro de 2005. No acumulado do ano, aquantidade média cresceu 9,5% sobre 2005, a maior alta já registrada desde 1991,com 20,7 cheques a cada mil compensações. Na variação mensal, no entanto, orecorde foi registrado em março do ano passado, quando a média de devoluçõesatingiu 24,3 cheques a cada mil compensações. Os dados são da pesquisa mensal da Serasa, empresa que prestainformações e faz análises econômico-financeiras para apoiar decisões decrédito e negócios. De acordo com a pesquisa, divulgada hoje (24), no período dejaneiro a dezembro de 2006 de um total de 1,7 bilhão de cheques compensados,35,5 milhões foram devolvidos. No mesmo período de 2005, de l,94 bilhão deoperações, 36,7 milhões se referem aos cheques devolvidos.A pesquisa indica que a inadimplência é maior na região Nortedo país, com a média de 42,1 cheques para cada mil compensações, e menor naregião Sudeste, com média de 18,3 cheques. Por estado, Roraima tem a média maisalta de devoluções (91,6 cheques) e a mais baixa é São Paulo (17 cheques).Na análise do economista responsável pela pesquisa, CarlosHenrique de Almeida, a queda em dezembro, comparada a novembro, se deve àincorporação do 13o salário entre outros ganhos característicos doperíodo. Já o recuo sobre o mesmo período de 2005, está associado “ao aumentoda massa salarial, com o aumento real do valor do salário mínimo, darecuperação do emprego formal, redução da taxa dos juros e ampliação docrédito”.Ele pondera, no entanto, que ao longo do ano, a maior ofertade crédito no mercado também tem o seu lado negativo, que é o comprometimentoda renda em nível que, muitas vezes, deixa boa parte dos tomadores de empréstimocom risco de inadimplência. “O ideal é ter o crédito subindo e a inadimplênciaem queda”, disse, ao se referir ao ambiente adequado de equilíbrio econômico.