Redução nos custos de crédito estimulará investimento privado, diz presidente do BNDES

23/01/2007 - 20h10

Beatriz Mota
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, explicou hoje (22) em entrevista coletiva à imprensa que a redução nos custos do crédito para projetos de infra-estrutura vai estimular o investimento privado. "A ampla diminuição de juros é a variável-chave para elevar esses investimentos, que são prioridade no Programa de Aceleração do Crescimento anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse.A instituição aprovou a redução de spreads básicos – diferença entre taxas de captação e de aplicação dos recursos – para os segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia, produção e distribuição de gás, ferrovias, portos, aeroportos, rodovias, saneamento e transporte urbano. Segundo Fiocca, a queda nos spreads será de 33% a 80%. E os prazos de amortização serão ampliados para os setores com volume de investimento grande e longo prazo de maturação, como o de energia. Ele destacou que a redução ocorre devido à evolução positiva nos lucros da instituição: só nos últimos três trimestres de 2006, os lucros atingiram R$ 5,7 bilhões. Entre as obras que poderão ser beneficiadas por essa redução estão as hidrelétricas de Santo Amaro e Jirau, no Rio Madeira (RO) e a de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), que aumentarão a oferta de energia em 12 mil megawatts. Segundo a assessoria do BNDES, esses projetos representarão 15% do parque instalado de geração do Brasil. Fiocca lembrou, na entrevista, que a instituição possui R$ 90 bilhões em carteira para projetos de infra-estrutura. "O Programa não inventou projetos. O que impediu o Brasil de acelerar o seu crescimento não foi a falta de diagnósticos, mas a capacidade de implementá-los", disse. Além de viabilizar financeiramente os projetos, acrescentou Fiocca, o BNDES também pretende melhorar a gestão das empresas de saneamento dos estados, para que elas possam buscar recursos. E criará uma linha de financiamento para ajudar essas empresas a se modernizarem.