Produtores de flores de São Paulo recebem equipamento para eliminar pragas

19/01/2007 - 18h37

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Produtores de flores ornamentais de Atibaia, em São Paulo, vão receber do Ministério do Meio Ambiente três caldeiras a vapor para ajudar na eliminação de microrganismos que prejudicam o crescimento das flores. As caldeiras vão substituir o uso do gás brometo de metila, tóxico, que destrói a camada de ozônio e já foi usado pelos produtores da região.  De acordo com o diretor de Qualidade do Ministério do Meio Ambiente, Rui de Góes, o gás destruía os microrganismos, que fazem bem e mal para as plantas. A vantagem da caldeira é que destrói apenas os organismos prejudiciais, disse ele. “Foi desenvolvida uma solução extremamente interessante, que é o vapor injetado na terra, que elimina os microrganismos nocivos. Com isso, conseguimos eliminar as pragas usando um processo mais barato do que o brometo de metila e sem prejudicar a saúde de quem lida com as plantas”, explicou.Ele informou que as caldeiras serão usadas nas grandes propriedades. No caso das pequenas, os produtores vão receber coletores solares, que têm a mesma função das caldeiras. Góes disse ainda que produtores de plantas ornamentais de Minas Gerais e de Pernambuco também receberão caldeiras e coletores solares. Os equipamentos serão entregues aos produtores até o fim deste ano.    O agricultor Franscisco Issao Saito afirma que a caldeira vai ajudar muito no combate aos microrganismos que destroem as flores, além de preservar a saúde de quem mexe com as plantas. Saito faz parte da cooperativa ProFlor, da participam 73 produtores de flores, e que irá receber as caldeiras. Ele destacou que muitos agricultores da cooperativa não tinham dinheiro para comprar as caldeiras e agora vão recebê-las sem gastar nada.  “A caldeira tem um custo muito alto, e nem sempre é possível juntar um grupo para comprar a caldeira. Então, com esse projeto, recebendo essas caldeiras sem custo, realmente isso dá um entusiasmo maior”, afirmou.   As caldeiras custaram cerca de R$ 70 mil e serão doadas aos agricultores depois de 2 anos. Nesse período, eles terão que provar ao ministério que estão usando bem as caldeiras para se tornarem donos. Os recursos são do Fundo Multilateral, ligado ao Protocolo de Montreal, que tem como objetivo eliminar substâncias que prejudicam a camada de ozônio.Os recursos do fundo são usados pelos países em desenvolvimento para ajudar financeiramente nas soluções para eliminação de gases prejudiciais à camada de ozônio. O Brasil é um dos 180 países que assinaram o protocolo.