Obras realizadas por engenheiros brasileiros visam “ganhar confiança” de haitianos

19/01/2007 - 7h48

Spensy Pimentel e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Os engenheiros militares que acompanham a Missão das NaçõesUnidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) têm assumido no paíscaribenho um papel que vai além do que é normalmente exercido pelastropas, em matéria de proporcionar segurança e estabilidade políticapara a população do país. Desde 2005, eles realizam pequenas obras deinteresse público, que são encarados como uma espécie de "vitrine"  pelamissão.“Em apoio às operações desenvolvidas (pela Minustah), buscando ganhar aconfiança da população local, os contingentes brasileiros têmimplementado os Projetos de Impacto Rápido”, afirma balanço do Exércitosobre os trabalhos dos engenheiros das forças de paz repassado àAgência Brasil.A abertura de poços artesianos, o reparo e o asfaltamento de ruas eestradas, além da reforma de praças e a melhoria de escolas integram alista dos projetos desenvolvidos pela Companhia de Engenharia de Forçade Paz da Minustah. Com custo entre US$ 15 mil e US$ 25 mil porprojeto, as obras têm finalidade social e ajudam a conquistar o apoioda população do Haiti, na avaliação dos comandantes militares.Com material fornecido pelas Nações Unidas, as obras empregam, emgrande parte, mão-de-obra local. Os números mostram o trabalho dastropas na construção civil. Em quase dois anos, a Companhia deEngenharia foi responsável pela pavimentação de 10 quilômetros de ruasurbanas. Os militares também recuperaram 6,5 quilômetros de estradas, oque liberou o acesso a cerca de 40 quilômetros de rodovias no interiordo país.O Haiti é um país populoso, com 8,5 milhões de habitantes, mas tem umaárea semelhante à de Alagoas, cerca de 27 mil km². Ao todo, o país tem,segundo dados do Departamento de Estado dos Estados Unidos, cerca de4,1 mil km de estradas e vias públicas, sendo apenas 1 mil km delaspavimentadas.Desse modo, o trabalho dos militares na pavimentação, por exemplo, nãoé significativo em termos quantitativos. Entretanto, é quase todo eleexecutado nas imediações de Porto Príncipe, a maior cidade do país, queconcentra mais de 2 milhões de habitantes, para cumprir a finalidade deconquistar o apoio da população.Os militares perfuraram ainda 13 poços artesianos e urbanizaram praçasna capital haitiana, Porto Príncipe. Um morro de 35 mil metros cúbicosna cabeceira da pista do aeroporto da cidade foi removido para adequaras instalações às normas internacionais de segurança.Em relação à limpeza urbana, várias vias públicas de Porto Príncipeforam desobstruídas com a retirada de lixo. Os engenheiros aindaprepararam o local que servirá para a construção de uma usina dereciclagem.Os engenheiros militares também construíram umcentro de recolhimento e de destruição de armas, onde integrantes degangues e milícias entregam armamentos em troca de emprego. A Companhiade Engenharia atuou ainda na destruição de oito toneladas de explosivosencontradas nas instalações da Polícia Nacional Haitiana.Criada em maio de 2005, a Companhia de Engenharia de Força de Paz tem150 militares especializados em engenharia substituídos a cada seismeses. Atualmente no quarto contingente, a companhia deverá ter, nesteano, o efetivo ampliado em cem homens a pedido das Nações Unidas.