Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os fundadores da Igreja Renascer, Estevam e Sônia Hernandes,retornaram para casa que têm em Boca Raton, nas proximidades de Miami, noEstado da Flórida (EUA), depois de permanecerem presos por dez dias. Elesconseguiram hoje (19) da Justiça americana a liberdade condicional, segundoinformou o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco),do Ministério Público de São Paulo.De acordo com a nota expedida pelos promotores do Gaeco, quepediram a extradição dos líderes religiosos, essa semi-liberdade significa queo casal ficará proibido de freqüentar centros comerciais e bares e sesaírem da residência terão de estar de volta até às 17 horas. Todos os passosdos dois serão monitorados pelos policiais norte-americanos por meio de um chipeletrônico acoplado aos pés. Outra nota, divulgada pela assessoria de imprensa doadvogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que faz a defesa do casal no Brasil, informade que a decisão de libertar os dois líderes religiosos teria sido tomada após elucidarum equívoco na declaração aduaneira. O casal declarou que portava não mais queUS$ 10 mil, mas durante a revista da bagagem foi flagrado com US$ 56 mil, noúltimo dia 9, no aeroporto de Miami. Os dois foram para um presídio federal e,depois, mediante o pagamento de fiança, no valor de US$ 5 mil, para uma unidadeda imigração. D’Urso esclarece na nota que os Hernandes estavam em setepessoas, da mesma família, o que no conjunto poderia totalizar US$ 70 mil. “Ofato de que só três declarações foram apresentadas gerou este gigantesco einjusto constrangimento vivido pelo casal”, ressaltou.O advogado afirma ainda que o episódio nos Estados Unidosnão teve qualquer relação com o processo que os dois respondem no Brasil. Acusados por crimes de lavagem de dinheiro, falsidadeideológica e estelionato, os bispos estão com pedido de extradição, solicitadopelo MP de São Paulo à Justiça paulista, já em andamento na esferagovernamental. Hoje, o Ministério da Justiça encaminhou o pedido para oMinistério das Relações Exteriores, que deverá tratar do assunto com asautoridades americanas.Na tentativa de anular a extradição, D’Urso apelou para oministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, depois de ter sua solicitação negadana Justiça. Mas segundo a assessoria do ministro, o Ministério, nesse caso,atua apenas como um intermediário do trâmite burocrático de uma decisãojudicial, que é soberana.