Fraudadora do INSS será transferida segunda-feira para presídio de regime semi-aberto

19/01/2007 - 17h39

Beatriz Mota
Agência Brasil
Rio de Janeiro - Apontada como a maior fraudadora do Instituto Nacional deSeguridade Social (INSS), a ex-advogada Jorgina de Freitas será transferida nasegunda-feira, dia 22, do Presídio Talavera Bruce para a Penitenciária JoaquimFerreira de Souza, no Complexo de Gericinó, que abriga detentas que cumprempena em regime semi-aberto. A transferência está marcada para as 9 horas.A ex-advogada, condenada a 14 anos de prisão em regimefechado, teve concedido o direito de ir para casa nos fins de semana, a cada 15dias por decisão da Seção Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro(TJ/RJ). A mudança de regime foi concedida de forma unânime por novedesembargadores, na quarta-feira (17). Segundo informações do TJ/RJ a decisãofoi uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com informações da assessoria de imprensa daSecretaria de Administração Penitenciária (SEAP), Jorgina continuará em regimefechado em sua nova cela até que os documentos sejam conferidos. Segundo aassessoria, a ex-advogada optou pela visita periódica ao lar em detrimento dotrabalho extra-muro, em que o detento sai as 8 horas e tem que voltar aopresídio às 20 horas. Jorgina de Freitas foi condenada pelo TJ/RJ em julho de 1992por participar do maior golpe da história da Previdência, juntamente com oex-juiz Nestor José do Nascimento; o ex-procurador do INSS Marcílio Gomes daSilva e os advogados Astor Cardoso Pontes de Miranda, Ilson Escóssia da Veiga,Cláudia Caetano Bouças e Wilson Ferreira. As fraudes, realizadas com o pagamento de ações trabalhistasfalsas, foram calculadas em mais de R$ 500 milhões e aconteceram em Vassouras,São João de Meriti e Duque de Caxias. Depois de ser condenada em dois processos, Jorgina fugiu dopaís e só se entregou à polícia em 1997, na Costa Rica. No ano seguinte, foiextraditada para o Brasil e enviada para o Presídio Talavera Bruce.  Segundo o TJ, 70% dos 60 imóveis em nome de Jorgina foramcomprados com o dinheiro das fraudes crime, e apesar de já terem sidoavaliados, ainda não foram leiloados. Jorgina responde outros processos por estelionatoe fraude.