Brasil vai defender permanência de tropas no Haiti por mais um ano

19/01/2007 - 7h33

Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil vai defender, junto ao Conselho de Segurança dasNações Unidas, a extensão dos trabalhos da Missão das Nações Unidas para aEstabilização do Haiti (Minustah) até fevereiro de 2008. Desde junho de 2004, oBrasil mantém cerca de 1200 militares no país e participa da coordenação damissão, que, conforme dados atualizados pelo Itamaraty,  reúne ao todo 6,7 mil militares e 1,7 mil policiais das NaçõesUnidas, além de centenas de outros profissionais. O atual mandato da Minustah expira em 15 de fevereiro, eperto dessa data deve ocorrer a  próximareunião do Conselho de Segurança da ONU para avaliar a renovação. A assessoriade imprensa do Itamaraty confirma que a posição do país será pela renovação domandato, desta vez de forma estendida – até agora, as renovações eram feitas deseis em seis meses. Essa extensão por doze meses, em vez de seis, foirecomendada também pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em seu últimorelatório semestral sobre a situação no Haiti, divulgado em dezembro. Segundo informações da Divisãodas Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil vai defenderessa mesma posição porque quer mostrar que tem um compromisso de longo prazocom a recuperação econômica e social do país caribenho. Onovo comandante do contingente militar da Minustah, o general brasileiro CarlosAlberto dos Santos Cruz, em entrevista à Agência Brasil, afirmou que arenovação por um ano favoreceria um melhor planejamento para as ações dasforças de paz no país. “É claro que, sefor um ano, fica mais fácil de fazer um planejamento. Inclusive é umplanejamento que tem que ser cuidadoso”, disse ele. Elelembrou que a tarefa de “estabilização” social e econômica do país demandaações de médio e longo prazo. “Osobjetivos aqui, principalmente na minha área, que são os de conter a violência,auxiliar o governo do Haiti e todo o poder estatal, isso é gradativo, as coisasnão acontecem da noite para o dia”, disse. “Não é num passe de mágica, por ummilagre, de um dia para o outro.” Para ele, o prazo mais dilatado vai favorecero trabalho no que tange ao “ambiente social” do país. “São coisas que, a gentetendo um tempo, fica mais razoável, as ações ficam mais compassadas, e eutrabalho dentro de um ambiente social, então a coisa tem que ser gradativa, nãopode ser de hoje para amanhã.” Grupos da sociedade civil internacional, em atividades comoo Fórum Social Mundial, ou a recente Cúpula Social pela Integração dos Povos,em Cochabamba, no último mês de dezembro, têm feito manifestações pela retiradadas tropas da ONU. A permanência da Minustah, porém, é defendida pelo novopresidente haitiano, René Préval, eleito democraticamente no ano passado.