Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado federal Raul Jungmann (PPS/PE) disse hoje (11) estranhar o envolvimento do nome dele pela Procuradoria da República no Distrito Federal, no caso dos contratos de publicidade do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), quando era ministro do Desenvolvimento Agrário (no governo Fernando Henrique Cardoso). Em entrevista na Câmara dos Deputados, Jungmann afirmou que “esse processo vem rolando há quatro ou cinco anos”. E só participou dele “na qualidade de testemunha, arrolado por um dos réus”. Sobre a denúncia da Procuradoria, disse ter recebido a notícia “com a mais absoluta surpresa", já que não foi "relacionado anteriormente para se defender de qualquer acusação nesse caso”. E que estranhava esse envolvimento no momento em que é um dos articuladores da chamada "terceira via", um movimento suprapartidário em que parlamentares estudam a possibilidade de lançar um nome para concorrer à presidência da Câmara, ao lado dos deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Jungmann informou ainda que não espera ”nenhum tipo de clemência” – quer que ”não pairem dúvidas em torno do assunto, apenas que toda a verdade seja esclarecida”. Como homem público, acrescentou, deseja que seja tratado “com o mesmo rigor com que sempre tratou questões semelhantes”. O deputado disse que sempre teve uma vida transparente e que é sempre o primeiro a disponibilizar suas contas na internet, quando assume qualquer cargo, porque escolheu “o caminho público da probidade e da decência”.Depois de anunciar que amanhã (12) concederá entrevista coletiva à imprensa, Jungmann lembrou que nos ministérios muitas vezes há ações e processos que ficam nas gavetas e podem até ser desconhecidos do titular. E concluiu: "Se alguém estiver tentando tirar qualquer proveito para me prejudicar, vai quebrar a cara".