Concessionárias de rodovias rebatem acusação de "lucro exorbitante"

11/01/2007 - 20h55

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) divulgou nota em que contesta declarações do subprocurador-geral da República, Aurélio Virgílio Veiga, de que o lucro dessas empresas "é exorbitante, só comparável ao do narcotráfico". A ABCR enfatiza na nota que, ao contrário de afirmação de Veiga, trata-se de negócio que "geralmente só começa a dar lucro dez anos depois de iniciado". Também nega que receba para administrar rodovias em bom estado, já em condições de propiciar lucros, conforme dito pelo sub-procurador. Na nota, a associação classifica a comparação de "irresponsável e grave". E explica: “O setor de concessão de rodovias trabalha de forma clara, transparente e amparado pela legislação. Todas as empresas que administram rodovias no País são fiscalizadas pelo poder concedente e pelas agências reguladoras, recolhem impostos, desoneram o governo de importantes investimentos e prestam serviço público de qualidade”. De acordo com a entidade, em 2005 as 36 concessionárias de rodovias arrecadaram R$ 5,3 bilhões e desembolsaram R$ 5,5 bilhões. Esses gastos incluíram R$ 1,315 bilhão em investimentos, R$ 1,622 bilhão em despesas operacionais, R$ 1,512 bilhão de desembolsos financeiros, R$ 335 milhões em pagamentos ao poder concedente e R$ 723 milhões em impostos federais e municipais.O setor de concessão de rodovias ainda opera com déficit de caixa, conforme a ABCR, mas “o resultado do fluxo de caixa está dentro do previsto", uma vez que o volume de investimentos é maior na fase inicial: "Geralmente, os resultados positivos se consolidam após dez anos de vigência dos contratos”. A associação destaca ainda que "as 23 melhores rodovias do país são administradas por concessionárias, o que mostra o sucesso do Programa Brasileiro de Concessão de Rodovias”.