Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil e Estados Unidos evitam fazer previsões sobre aconclusão da rodada Doha, que deveria ter terminado em dezembro passado. Naavaliação do ministro das Relações exteriores, Celso Amorim, o importante évoltar à mesa de negociações o quanto antes para garantir a credibilidade doprocesso multilateral de negociação.“Não devemos estar subordinados a uma data final. Por outrolado, penso que todos concordamos que temos urgência. Não é tanto uma questãode datas artificiais, mas uma questão de credibilidade do processo”, disseAmorim.Para o ministro, as pessoas podem esperar até certo ponto.“Após determinado tempo, procuraremos por alternativas e concordamos que não háoutra alternativa real. Nossa alternativa é o sistema multilateral. Pode havercomplementaridades a isto, mas não alternativas”.A chamada rodada do desenvolvimento foi, então, finalmente lançada em 2001,em Doha (Catar) com a ambiciosa missão de estabelecer regras mais justas decomércio que favoreçam países em desenvolvimento, principalmente com a revisãodos subsídios agrícolas oferecidos por países desenvolvidos a seus agricultorese as subvenções pagas como estímulo à exportação.A nova rodada, que deveria durar 3 anos e foi prorrogada até 2007, estabeleceuuma agenda negociadora muito ampla que não avançou na 5ª Reunião Ministerial em2003, em Cancún (México). Em julho de 2004, foi aprovado um conjunto dediretrizes e orientações para o prosseguimento das negociações da Rodada Dohanos principais temas da agenda: agricultura, acesso a mercados em bensnão-agrícolas (Nama), facilitação de comércio, questões de implementação,tratamento especial e diferenciado e serviços.O motor da Rodada, no entanto, é a agricultura, pois é nesta área que ospaíses em desenvolvimento apresentam maior potencial de competitividade nomercado mundial. A União Européia, por sua vez, é o maior importador mundial deprodutos agrícolas. Os países em desenvolvimento pedem melhores condições deacesso aos mercados internacionais, mediante a redução de tarifas.