Amorim diz que Brasil e Estados Unidos querem avanço das negociações na Organização Mundial do Comércio

06/01/2007 - 9h52

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil e Estados Unidos começaram o ano dispostos aimpulsionar as negociações na Organização Mundial do Comércio. Na últimaquarta-feira (3), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reuniu-seem Nova Iorque com a representante americana de Comércio, Susan Schwab.“Não nos encontramos para negociar, mas para procurarcaminhos que nos permitam avançar. Claro que discutimos os principais aspectosda negociação em agricultura, NAMA [produtos manufaturados] e serviços, mastambém falamos sobre o processo negociador e nossas relações com outros paísese outros grupos de países, como o G 20”, sintetizou Amorim em coletiva àimprensa, após a reunião.Segundo Amorim, os dois reconheceram que há muito trabalhopela frente, mas reafirmaram o comprometimento dos governos brasileiro eamericano com o sucesso da atual rodada de negociações, a Rodada Doha.“Raras vezes vi tanto envolvimento de chefes de Estado e degoverno nesse processo. Acho que isso é um sinal positivo e mostra, claramente,o profundo compromisso com a conclusão da rodada. Claro que isso depende demuita negociação, de negociações duras, mas a determinação está aí“, avaliouAmorim.O chanceler brasileiro destacou que a negociação na OMC é umprocesso multilateral e, como tal, não pode ser resolvido bilateralmente.Tampouco depende de ações unilaterais. “O Brasil, como membro do G 20, sempredará ênfase ao fato de que temos que levar em conta os diferentes níveis dedesenvolvimento, especialmente no tratamento preferencial. Mas todos estamos conscientesde que o movimento de um não país poderá resolver tudo”, afirmou.Susan Schwab destacou que as negociações não devem selimitar a questões agrícolas. “Concordamos que devemos fazer mais não só emagricultura, mas em produtos industrializados e serviços”. A agricultura éconsiderada o motor da Rodada Doha uma vez que a rodada anterior, a chamadaRodada Uruguai, tratou de regular o comércio de bens manufaturados. Aindaassim, os países desenvolvidos condicionam concessões na área agrícola a uma aberturaainda maior nos setores de manufaturados e serviços.“Concordamos que todos devemos fazer concessões, estasconcessões beneficiarão a todos”, enfatizou Amorim. Questionado sobre adisposição dos Estados Unidos para fazer tais concessões, o chancelerbrasileiro respondeu: “Sinto uma disposição de discutir e isso é muitopositivo”.