Petrobras vai recomprar ações e não pretende captar recursos externos, diz gerente

04/01/2007 - 21h01

Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A situação confortável vivida hoje pela Petrobras, do ponto de vista do fluxo de caixa, dá à empresa a tranqüilidade necessária para tocar os seus projetos de incremento da produção, sem a necessidade de captar recursos no mercado externo. A informação é do gerente executivo de Relações com os Investidores, Raul Campos, que destacou ainda deliberação aprovada pelo Conselho de Administração, de recomprar parte das ações da estatal. “Nosso momento é altamente favorável: a produção encontra-se a pleno vapor, novas plataformas estão para entrar em operação e outras em construção ou em processo de licitação; a empresa está capitalizada e temos recursos para tocar os investimentos [de US$ 81,7 bilhões] previstos no nosso Plano de Negócios para 2007-2011”, afirmou. Na avaliação de Raul Campos, o fato de as ações da Petrobras terem atingido R$ 221 bilhões em valor de mercado, na média mensal, é uma constatação de que o acionista valoriza os papéis da empresa. “Essa valorização das ações foi até maior do que o crescimento da produção de petróleo. E conseguimos, em uma época de queda do risco Brasil, acompanhar o índice Bovespa: nossas ações ordinárias renderam 32%; as preferenciais, 34%; e o Ibovespa ficou em 33%”, acrescentou. As ações da Petrobras, segundo o gerente, estavam sub-valorizadas em relação a outras companhias. “Conseguimos  recuperar o terreno perdido. Estamos administrando nosso passivo e a decisão do Conselho de Administração mostra que para nós, neste momento, o melhor investimento no mercado é comprar as nossas próprias ações”, garantiu. Sobre a administração da dívida existente, com o objetivo de baixar o custo do capital, Campos lembrou que a estatal conseguiu captar cerca de US$ 500 milhões no final do ano passado a um custo próximo de 6% ao ano. E reafirmou que não há planos de captar mais recursos nos próximos meses, no mercado externo. "A situação de caixa de empresa permite tocar os empreendimentos. Nos momentos em que a situação de caixa permite, o melhor é recomprar ações, quando todas as possibilidades de investimentos estiveram satisfeitas”. O gerente destacou ainda que em 2006 a Petrobras "virtualmente cumpriu suas metas – com um ou dois meses de atraso, os nossos preços estiveram perfeitamente atrelados ao mercado internacional e sem a necessidade de transferir grande impacto ao mercado interno".