Alta no preço do álcool chega a 25% em São Paulo, segundo sindicato

04/01/2007 - 21h16

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A elevação do preço médio por litro de álcool combustível nas bombas dos postos do estado chegou a 25% nos últimos 15 dias, segundo informou Hélio Pirani Fiorin, diretordo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estadode São Paulo (Sincopetro). “Não há explicação para esse aumento”, protestou, ao lembrar o aumento da safra decana-de-açúcar 2006/2007. Na região Centro-sul, onde se concentram 85% daprodução nacional, a moagem de cana-de-açúcar encerrou-se no início dedezembro, resultando em um recorde de oferta de 15,9 bilhões de álcool – 11,2% acima da safra anterior.A produção doálcool hidratado, utilizado para abastecer os veículos flex (movidos a álcool e a gasolina) e também os modelos com motor aálcool, aumentou em 16,2%, com 8,5 bilhões de litros. Já a produção deálcool anidro, que é adicionado à gasolina, foi ampliada em 5,9%,com uma oferta de 7,4 bilhões de litros. Em nota, a União da Agroindústria Canavieira de SãoPaulo (Única) considera ser “absolutamente natural que o mercado tenhacomportamento de alta no período da entressafra”. Também informa que opreço pago aos produtores pelo litro do álcool hidratado estava em R$1,00732 no dia 29 de dezembro, contra R$ 0,84299 no diaanterior. Na avaliação do diretor do Sindipetro, essa elevação repete situação de igual período no ano passado, quando "os usineiros reajustaram seus preços e não cumpriramo compromisso de manter o litro do álcool em R$ 1,05, obrigando à queda para 20% no teor de álcool misturado à gasolina". O governo, segundo Fiorin, “errou ao permitir em pleno pré-período de entressafra queesse percentual subisse, novamente, para 23%”. Na opinião dele, esse é um dos fatores de pressão para a alta. O sindicalista defendeu ações preventivas para o período da entressafra: "O governo parece estar sempre apagando o fogo, ao invés de evitá-lo". Ele lembrou que não se alterou a vantagem para oconsumidor na opção por um dos combustíveis, pois para valer a pena, o preço do álcool deve ser 70% mais barato. Nos últimos dias, acrescentou, essa relação estava próxima de 52%.