Itamaraty repudia pena de morte imposta a Saddam Hussein

29/12/2006 - 16h16

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiro discorda da pena de morte imposta aoex-presidente iraquiano Saddam Hussein pela Corte Suprema de Apelação doIraque. Em nota oficial divulgada hoje (29), o Ministério das RelaçõesExteriores reconhece que o regime imposto por Saddam foi marcado por “atos deviolência contra a população” e “brutal cerceamento das liberdades”, masdestaca que o Brasil é, por princípio, contra a pena de morte.   “O Governo brasileiro teve a oportunidade de demonstrar essaposição em votações nos órgãos de direitos humanos das Nações Unidas. Ademais,não crê que a execução da sentença venha a contribuir para a pacificação doIraque” diz a nota do Itamaraty. Saddam foi condenado pelo assassinato de 148pessoas na cidade de Dujail, em 1982. A sentença foi confirmada pela Corte deApelação no último dia 26. Na nota, o governo brasileiro também repudia a invasão doIraque pelos Estados Unidos e afirma que o diálogo é o melhor caminho. “Independentementeda natureza ditatorial do regime iraquiano, cabe notar que a razão entãoalegada para a invasão do Iraque – a existência de armas de destruição em massa– nunca foi comprovada”, diz o texto. “Neste momento particularmente difícil por que passa oIraque, qualquer solução para a conjuntura de conflito e violência deve emanardo diálogo e do entendimento entre as forças políticas do país, bem como buscara preservação da soberania e da integridade territorial iraquianas”,complementa.De acordo com o Itamaraty, o governo brasileiro buscou, atéo último momento, uma solução pacífica para o Iraque. O presidenteLuiz Inácio Lula da Silva chegou a conversar com vários líderes internacionaise enviou mensagens ao secretário-geral da ONU e ao Papa João Paulo II em defesade alternativas contra o conflito armado.