Turismo internacional não sofreu com crise nos aeroportos, diz agente de viagens

27/12/2006 - 10h53

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise nos aeroportos brasileiros não influenciou asviagens internacionais. A avaliação é do diretor de Assuntos Internacionais daAgência Brasileira de Viagens (Abav), Leonel Rossi Júnior. Em entrevista à RádioNacional, ele afirmou que grande parte dos estrangeiros que vêm ao Brasilchega em vôos fretados. Os poucos que tiveram problemas foram os que precisaramfazer vôos entre as cidades brasileiras, depois de chegar ao país.Em relação ao público interno, Rossi afirmou que o queaconteceu foi um “desastre completo”. “É tudo muito lamentável, todos nós vimoso sofrimento das pessoas nos aeroportos. É inconcebível que isso tenhaacontecido. Infelizmente temos que dizer que o Governo Federal é o principalculpado, ele que tinha que ter tomado as principais providências antes que issoacontecesse”.Segundo o diretor da Abav, nos últimos 50 dias as vendas depacotes e viagens turísticas para as férias de fim de ano e de verão caíram 15%.Para ele, a recuperação do prejuízo dependerá de ações do Governo Federal e daAgência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Infelizmente, nós que trabalhamoscom turismo não temos ferramentas para resolver o problema”.Embora o diretor reconheça que os passageiros foram osgrandes prejudicados, ele afirmou que os hotéis das regiões metropolitanasacabaram tendo lucro com o atraso dos vôos, já que muitas pessoas precisarampernoitar perto dos aeroportos. Sobre a infra-estrutura do turismo, ele disseque o ideal para o Brasil seria ter pelo menos quatro grandes companhiasaéreas.“O Brasil é um país de dimensões continentais, um país muitogrande, nós temos que ter concorrência. Há pouco tempo tínhamos quatro grandescompanhias, e temos que voltar a ter isso para ter uma concorrência saudável.Isso é importante para o país”.Em relação às rodovias, ele lembrou que, com exceção deSão Paulo, a maioria das rodovias do país está em situação lamentável. “Hoje emdia pouca gente e poucas empresas querem fazer turismo rodoviário, porqueexiste um custo muito alto para os seus ônibus, os seus veículos”.Dados da Abav mostram que o turismo no Brasil cresce 10,12%ao ano. Por isso, segundo Rossi, a infra-estrutura dos aeroportos e estradasbrasileiras precisa continuar melhorando. “A hotelaria está acompanhando, asoperadoras de serviços turísticos estão acompanhando. As agências estãoacompanhando. O governo vai precisar acompanhar com a infra-estrutura”.Para as pessoas que ainda vão viajar, Rossi afirmou quepoderá haver filas nos aeroportos, situação normal no final do ano, mas que ascoisas estarão mais tranqüilas. “Não sofra, não tenha estresse para que tenhaboas férias”.