Associação alerta para prejuízo à produção com aumento das importações

27/12/2006 - 17h24

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As importações brasileiras em 2007deverão crescer 11,3%, puxadas pelo segmento de bens de consumo, cuja alta, previstapela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), deverá atingir26,6%, em relação a 2006. O vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, explicou que a taxa decâmbio no atual patamar, inferior a R$ 2,30, é o fator que estimula aimportação. E alertou que algumas empresas já começam a substituir aprodução ou insumos nacionais por similares importados. Essecrescimento das importações, explicou, não seria negativo se fosseconcentrado em bens de capital. “Seria benéfico se se concentrasseprincipalmente em matérias-primas. O item bens de capital deverácrescer 10,4% e matérias-primas, 12,1%, de acordo com as projeções daAEB, mas na realidade é mais um crescimento de substituição da produçãonacional, o que é ruim. Se fosse um crescimento do que não é fabricadoaqui, seria benéfico", comentou. Naárea de bens de consumo, a compra de produtos não duráveis tem previsãode crescer 20,1% e a de duráveis, até 32,8%, segundo Castro. “Não voudizer que sejam bens de consumo supérfluo – é forte a alta em itenscomo produtos de toucador, bebidas, confecções, que têm similarnacional". Entre os alimentos, eledestacou o trigo, cuja produção nacional sofreu queda de 50% neste ano:"Há um aumento expressivo no mercado internacional. E nós vamos ter quegastar muito mais para continuar comendo pão no Brasil". A estimativa da AEB para o segmento de combustíveis e lubrificantes, no entanto, é dequeda de 1,6% nas importações em 2007. Somente para o petróleo, aretração deverá chegar a 12,7%.