Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
São Paulo - Montar um banco de dados unificado sobre torcedores é o ponto principal do Plano de Ação de Retorno da Paz nos Estádios de Futebol, iniciativa conjunta do Ministério do Esporte, Procon-SP e Federação Paulista de Futebol (FPF). Se der certo em São Paulo, poderá ser implantado em outros estados. O objetivo é reunir dados sobre torcedores que queiram assistir às partidas na área reservada às torcidas organizadas, uma novidade a ser criada nos estádios. A partir do próximo campeonato estadual, será demarcado o espaço na arquibancada para torcedores cadastrados que portarem o Cartão do Torcedor.O cartão foi lançado no último dia 15 pelo ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e o presidente da Federação, Marco Polo del Nero. Terá dados pessoais, foto e gravação da voz do portador. A primeira via será fornecida gratuitamente pela FPF. Com essa medida, integrantes das organizadas poderão freqüentar os estádios paulistas novamente. A presença deles está proibida desde maio.O objetivo do banco de dados é “coibir a violência nos estádios e facilitar a identificação de eventuais infratores”, explicou Renato Raposo, técnico do Procon-SP. Tanto as autoridades policiais quanto as demais entidades envolvidas na elaboração do plano terão acesso às informações.O plano de ação também prevê: identificação especial da polícia dentro dos estádios, venda de ingressos no local da partida só até quatro horas antes do início do jogo e reuniões preparatórias na sede do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar com entidades públicas e privadas envolvidas. Essas reuniões já ocorrem desde agosto.De acordo com um comunicado do Procon-SP, a violência afastou 79% do público dos estádios e seu crescimento está associado à “impunidade, agravada pela apatia dos organizadores dos eventos esportivos”.O plano foi oficialmente lançado ontem (18), em São Paulo. Além do Ministério do Esporte, Procon-SP e FPF, participaram representantes de torcidas organizadas, do Ministério Público paulista, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da São Paulo Transportes (SPTrans) e das polícias técnica, científica, militar e civil.