Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje (19) que as questões ambientais fizeram parte dasdiscussões sobre as medidas de desenvolvimento econômico do governo federal.O anúncio do pacote de ações está previsto para esta semana. “As pessoas estãodiscutindo crescimento e proteção do meio ambiente”, afirmou a ministra, que participou da abertura da reunião da Comissão Nacional do Programa Cerrado Sustentável. Marina Silva disse que o governodesenvolveu uma agenda de sustentabilidade ambiental a ser “mantida” e“ampliada”. “Sobretudo essa visão transversal em que o Ministério doMeio Ambiente não vai apenas atrás do prejuízo, mas também participa doplanejamento, resolve equações difíceis no processo de fazer nosso paíssedesenvolver e promover a inclusão social.” Para a ministra do Meio Ambiente, é necessário associar as estratégias de proteção ao meio ambiente às dedesenvolvimento econômico, não somente no momento em que se discute medidas deestímulo a investimento em infra-estrutura.“O grande desafio não é só associar isso (proteção ao meioambiente) a um pacote. Um conjunto de medidas é importante, mas tem que ter umaestratégia em relação a uma visão de desenvolvimento que não é só para ummomento conjuntural”, disse a ministra, que prefere não antecipar comentários sobre sua permanência no governo. “Nenhum jogador deveficar se escalando para o time, ele deve esperar a convocação do técnico.”Segundo Marina Silva, a relação entre desenvolvimentoeconômico e meio ambiente não é uma relação dicotômica, mas de composição. “Sempre digo à minha equipe que não temos o direito de nos isolarmos em nossa posição sem dialogar com osproblemas dos outros setores, mas temos o dever de fazer com os outros setores,ao pensarem suas ações, tenham necessariamente o compromisso com basessustentáveis.”A ministra do Meio Ambiente acredita que a liberação de licenças ambientaisnão é um entrave para os investimentos no país. Segundo ela, a média anual de licençasambientais liberadas subiu de 145, em 2002, para 237 licenças, atualmente, comcrescimento também do número de funcionários dessa área, que aumentou de sete para 150, nomesmo período.Marina Silva enfatizou ainda que foi reduzido o número de casos deliberação de licença que são resolvidos na justiça. “No processo anterior,encontramos 45 hidrelétricas que estavam paradas por judicializações – emfunção de problemas no processo de avaliação dos estudos de impacto ambiental. Hoje há apenas um empreendimento que é o projeto de integração do (rio) SãoFrancisco.”