Aterro sanitário na Baixada Fluminense deve produzir energia a partir de 2008

19/12/2006 - 15h11

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em 2008 Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense,deve começar a produzir energia a partir do gás metano, liberado a partirdo lixo. Essa será a segunda fase do projeto da Central de Tratamento deResíduos (CTR), o novo aterro sanitário, que em 2003 passou asubstituir o antigo lixão, que recebia o lixo do município e de toda a parteindustrial do estado.“Nesta segunda fase, vamos instalar equipamentos de grandes geradores deenergia movidos a gás metano”, explicou o presidente da central, Artur César deOliveira. “O aterro entrará numa capacidade instalada de 10 megawatts deenergia, o equivalente à iluminação dos prédios públicos de uma cidade de 1 milhão de habitantes.” O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Demian Fiocca,assinou, hoje (19), em Nova Iguaçu, a liberação do financiamento no valor de R$15,5 milhões para a ampliação da central, que demandou um investimento total deR$ 26,8 milhões. Segundo ele, o aterro da baixada foi o primeiro projeto domundo baseado no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, preconizado pelo Protocolode Quioto e enquadrado pela Organização das Nações Unidas (ONU).“Esse mecanismo foi idealizado através de um acordo internacional: os paísesque fizerem projetos que reduzam a emissão de gás carbônico podem vender essaredução. O lixão emite muito gás metano, um dos vilões do efeito estufa. Aoreduzir essa emissão, o Brasil gera um benefício para a atmosfera, o crédito decarbono, que pode ser comprado por uma país que precise reduzir sua cota depoluição”, explicou Fiocca.Segundo Artur César de Oliveira, a central já vendeu 2 milhões de toneladas decarbono equivalente de poluição para a Holanda, o que até 2012 corresponderá a12 milhões de euros, ou cerca de R$ 30 milhões. Nos próximos 20 anos, disse, oaterro deverá negociar mais 8 milhões de toneladas.O presidente da CTR informou ainda  que com a ampliação, que seráconcluída em até oito meses, a central passará a processar 4 mil toneladas delixo por dia. Atualmente esse valor é de 1,5 mil toneladas.De acordo com a prefeitura de Nova Iguaçu, o municípioficará com 10% do valor que será arrecadado com a venda de energia elétrica ecréditos de carbono.