Cidades latino-americanas aumentam oferta de emprego, aponta Cepal

05/12/2006 - 18h50

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O número de postos de trabalho na área urbana cresceu na América Latina entre os anos de 2002 e 2005. A conclusão é da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) que divulgou ontem (04) o documento Panorama Social da América Latina 2006. A análise do documento é centrada no emprego assalariado urbano.O documento destaca que o total de ocupados das zonas urbanas nesse período (assalariados e independentes) aumentou pouco mais de 5,3 milhões por ano, superando o os 3,3 milhões de ocupados nos 12 anos anteriores. Também houve aumento dos empregos assalariados: passou de 1,96 (entre 1990-2002) para 4,09 milhões de pessoas por ano (2002-2005).Segundo o documento, a taxa de desemprego entre os anos de 2002 e 2005 é de 10,7% e pode chegar em torno de 8,5% em 2006. Para a Cepal, a redução da taxa de desemprego se deve a uma ampla reincorporação no mercado de trabalho das pessoas assalariadas que haviam perdido seus empregos: a taxa de assalariados que estavam nessas condições caiu de 15,6% no período entre 1990-2005 para 11,4% entre 2002-2005.As diminuições mais acentuadas de desemprego se produziram em países cujas economias se expandiram em ritmo mais acelerado no último triênio: Argentina, Uruguai, Panamá, Venezuela e Colômbia. No Brasil, a taxa de desemprego de pessoas entre 15 e 64 anos de idade, na zona urbana, se manteve estável e em torno de 10% no período de 2002 a 2005.De acordo com o documento, o desemprego dos jovens, em toda a América Latina, continua sendo superior ao das demais categorias. Em 2005, cerca de 19,7% dos jovens entre 15 e 24 anos estavam desempregados. Em 2002, havia 20% de jovens nessa situação.As taxas de desemprego no período continuam sendo mais altas entre as mulheres. Na América Latina, a taxa de desemprego entre as mulheres caiu de 12,8% em 2002 para 11,8% em 2005. No caso dos homens, a taxa de desemprego chega a 8% em 2005 (em 2002 era de 9,4%).Embora o desemprego seja maior entre as mulheres, houve crescimento da força de trabalho feminina no mercado de trabalho. A alta de sua taxa de participação entre 2002 e 2005 (de 55,5% a 58,1%) superou a dos homens (82,7% a 83,2%). Nesse triênio, incorporaram-se anualmente ao mercado de trabalho 2,8 milhões de mulheres e 2,5 milhões de homens.No Brasil, a taxa de participação urbana das mulheres no mercado de trabalho era de cerca de 50% em 1990 e chegou a quase 65% em 2005. Já a dos homens brasileiros era de cerca de 87% em 1990 e diminuiu para cerca de 85% em 2005.