Deputado da CPI volta a pedir imagens do hotel onde aconteceria negociação do dossiê

05/12/2006 - 23h27

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), voltou a pedir ao delegado da Polícia Federal Diógenes Curado acesso aos CDs com imagem de um hotel de São Paulo, onde o ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista Hamilton Lacerda teria encontrado com Gedimar Passos e levado o dinheiro para a negociação do dossiê contra políticos tucanos.O delegado da PF está sendo ouvido em sessão reservada da CPI. Em depoimento prestado à comissão, Lacerda disse que esteve duas vezes no hotel Íbis, em São Paulo, para se encontrar com Gedimar e negou que tenha levado cerca de R$ 1,7 milhão encontrado com Gedimar. O dinheiro seria utilizado na compra de um dossiê que apontaria o envolvimento de políticos tucanos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento.A Polícia Federal, contudo, já afirmou não ter mais dúvidas sobre a responsabilidade de Lacerda no caso. “As imagens captadas do Hotel Íbis, as contradições em suas declarações e os relatórios do Núcleo de Inteligência Policial sobre a utilização de um telefone em nome de Ana Paula Cardoso Vieira, demonstram claramente que ele foi a pessoa que entregou, em duas ocasiões, o dinheiro para Gedimar Passos”, registra o delegado no relatório parcial.O vice-presidente da comissão disse que entrou com mandato de segurança na 1ª região do Tribunal Regional Federal para ter acesso aos 33 CDs. Segundo o deputado, o acesso foi permitido pelo juiz Jefferson Schenneider, mas não foi entregue pela Polícia Federal. “Com esse mandato de segurança eu espero que a gente possa ter acesso a essa fita”, afirmou.Jungmann disse ainda que as imagens do hotel podem provar que Lacerda utilizou telefone de Ana Cardoso. “Cai por terra toda argumentação do Hamilton Lacerda que disse jamais ter usado o celular da Ana Cardoso. Porque confrontando imagem do Hotel Íbis onde ele é visto coincide o tempo da ligação com horário da ligação com a utilização do telefone da Ana Cardoso. Portanto, rui por terra o que sabíamos que era uma armação. E também reforça aquilo que vinha dito anteriormente: que é fundamental a cena do crime”, disse.