Participação feminina no mercado de trabalho do Mercosul ainda é pequena, diz ministra

07/11/2006 - 17h55

Carolina Cabral
Da Agência Brasil
Recife - A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, disse hoje (7) que o maior problema para as mulheres no Mercosul ainda é a pouca participação no mercado de trabalho dos países que compõem o bloco. Nilcéa Freire fez a afirmação ao participar da cerimônia de abertura do encontro Mulheres Republicanas no Brasil e no Mercosul, no Museu da República, no bairro do Catete, na zona sul do Rio. Ela afirmou que o cenário melhorou nos últimos anos, mas destacou que o problema da inserção da mulher no mercado ainda é grave. “O problema de base é a necessidade de ampliação da autonomia econômica das mulheres", disse ela, ao lembrar que houve um impacto importante com o aumento do salário mínimo, com a integração maior das mulheres na população economicamente ativa nos últimos anos. A ministra reconheceu que já houve um avanço na diminuição da diferença salarial entre homens e mulheres. Para ela, “quanto mais autonomia econômica, quanto mais as mulheres estiverem inseridas de maneira cidadã no mercado de trabalho, mais elas conseguirão ser sujeito de sua própria história, romper com o ciclo da violência e combater a discriminação e o preconceito”.O encontro, que vai durar quatro dias, é uma iniciativa da Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República. Um dos temas em destaque é a luta para que a recente Lei 11.340 (Lei Maria da Penha) seja cumprida. A lei cria mecanismos para prevenir, punir e acabar com a violência doméstica e familiar contra a mulher.  Amanhã (8), segundo dia do evento, deverão participar das discussões as ministras de Políticas para as Mulheres dos países do Mercosul e representantes de organismos governamentais de políticas para as mulheres das cinco regiões brasileiras e do Conselho Nacional de Direitos da Mulher. Também para amanhã está prevista uma palestra sobre a situação da mulher no mundo. Também vão ser discutidas políticas de emprego para as mulheres no Mercosul e a criação de registros públicos sobre violência contra as mulheres nos países deste bloco econômico. Atualmente, cada país tem seu método para registro de informações, o que dificulta a obtenção de dados comparativos.