Auditores fiscais reivindicam adoção de políticas públicas para segurança do trabalho

07/11/2006 - 13h33

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Auditores fiscais do trabalho vão propor ao governo federal a adoção de um programa para ampliar os investimentos nas áreas de segurança e saúde do trabalhador. Eles alegam que nos últimos três anos houve um aumento do número de acidentes, incapacitações e mortes no ambiente do trabalho devido à redução de recursos para iniciativas de proteção aos trabalhadores. O assunto foi debatido hoje (7) no 24º Encontro Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, em Recife. Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais, Rosa Maria Campos, o Brasil ainda não tem uma política para inserção do trabalhador vitimado pelas doenças ocupacionais, como a Lesão por Esforço Repetitivo (Ler) que é provocada principalmente pelo uso do computador. "Temos atualmente milhares de trabalhadores brasileiros excluídos do mercado por problemas provocados em função da atividade profissional. Muitos ficam recebendo migalhas da Previdência Social. Falta uma política de reaproveitamento de mão de obra para o exercício em outras áreas. Essa é uma questão que o Brasil vai ter que discutir e encontrar uma saída, porque o número de pessoas que estão contraindo doenças profissionais vem aumentando a cada dia. E não é só uma questão para o Ministério do Trabalho resolver, tem que haver uma integração com a Previdência Social e o Ministério Público", afirmou Rosa Maria.O encontro termina na sexta-feira com a divulgação da Carta do Recife, um documento com proposições para melhorar as ações de proteção aos trabalhadores.