Para comissão, energia nuclear é alternativa "economicamente viável" no país

25/10/2006 - 21h34

Thiago Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A produção de energia nuclear no Brasil é uma alternativa "economicamente viável", afirmou hoje (25) o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Gonçalves Dias. “O país tem uma disposição razoável de gás e óleo, mas, mesmo assim, no último leilão as energias novas ficaram na faixa de R$ 140, enquanto a energia nuclear está na faixa de R$ 138 o megawatt”, afirmou.Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Dias disse que as usinas hidrelétricas são fontes de energia mais baratas, mas o maior potencial brasileiro atualmente estaria concentrado na Amazônia, que “é uma região de preservação ambiental e de preservação de comunidades indígenas”. Ele destacou que “o apagão se deu porque houve uma conjunção de reservatórios baixos e seca". E alertou que o conceito moderno prevê que todo país tenha uma matriz energética diversificada. Lembrou ainda que quando se fala em desenvolvimento de energia nuclear no Brasil, o que se prevê é uma produção “na faixa de 5%, não mais do que isso”.Em entrevista à mesma edição do Revista Brasil, Karen Suassuna, técnica em mudanças climáticas da Organização Não-Governamental WWF (World Wildlife Fund - Fundo Mundial para a Natureza), criticou a previsão do Programa Nuclear Brasileiro, de construção de sete usinas nucleares de geração de energia até 2025.“Surpreende que o governo decida implementar um programa de energia nuclear, que é a energia mais cara para a realidade brasileira. Nós temos capacidade de suprir a oferta de energia de maneira inteligente, sem precisar expandir a matriz nuclear ou de petróleo”, disse, sugerindo que o país explore mais o biodiesel, o álcool, a energia solar e a eólica, além da biomassa.