Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A prefeitura de Congonhas (MG), cidade consideradapatrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura (Unesco), conseguiu reduzir a quase zero o número de casosde dengue, desde que adotou, no ano passado, o sistema de informação M.I.Dengue-Monitoramento Inteligente.O sistema foi desenvolvido pela empresa mineira Ecovec apartir de pesquisas feitas na Universidade Federal de Minas Gerais. Congonhasfoi o primeiro município brasileiro a testar o sistema inovador. Os demais sãoFrutal (MG) e Vitória(ES).O prefeito Anderson da Costa Cabido (PT/MG) disse à AgênciaBrasil que o novo sistema deu “muito mais agilidade ao trabalho municipalde combate ao mosquito” transmissor da doença, que é o Aedes aegypti. Ele explicouque o sistema permite que sejam identificados os locais de maior incidência delarvas e, a partir desse dado, o governo do município direciona seu esforçopara o combate ao inseto.“Como o próprio nome diz, nossa atuação passou a ser maiseficaz, mais inteligente, porque a gente já ataca exatamente onde éidentificada a presença do mosquito”, afirmou Cabido. O prefeito destacoutambém que o sistema M.I.Dengue é mais barato que o tradicional, embora noprimeiro ano de testes tenha sido mantido o processo de verificação anterior.Agora, o sistema antigo começará a ser desmobilizado.O monitoramento inteligente passa as informaçõespraticamente em tempo real, destacou Cabido, com uma defasagem de, nomáximo, três horas. Os dados obtidos a partir do mapeamento feito pelostécnicos da prefeitura são registrados em palm tops e transferidos viacelular para a central localizada em Belo Horizonte. Essa central disponibilizaas informações na internet para a prefeitura.AndersonCabido acredita que, posteriormente, o sistema poderá auxiliar no combate aoutras doenças. “A idéia do sistema é muito boa”. O prefeito avaliou que comoas informações do M.I.Dengue fornecem ao governo um mapa georreferencial dacidade, “a partir do momento em que a gente fizer a coleta de informações deoutros tipos de ocorrências além da dengue, será possível ter também um georreferenciamentode outras doenças”. Segundo Cabido, a aplicação do sistema pode ultrapassar aárea da saúde e se voltar também a questões que envolvam políticas públicas.O sistema da Ecovec recebeu o prêmio mundial de tecnologiaaplicada à área da saúde (Tech Museum Awards 2006). O prefeito Cabido afirmouque a pesquisa ainda precisa de maiores incentivos no Brasil. “Exemplos comoesse, que são bem sucedidos, de uma pesquisa que se transforma em um produtoprático, que afeta a realidade e o dia-a-dia das pessoas, e ainda mais vem comuma premiação tão importante como essa, serve como estímulo à pesquisa”,analisou.Cabido disse que já manteve contato com os pesquisadores daUFMG e da Ecovec, oferecendo o município como piloto para outros projetos.