Ministro diz que sem pesquisa e inovação país perde competitividade

25/10/2006 - 18h24

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Articular a indústria, o governo e o setor científico é o caminho apontado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, para tornar o Brasil mais competitivo e inovador. O país ocupa a 66ª posição no ranking de competitividade global do Fórum Econômico Mundial neste ano, contra a 57ª posição em 2005, entre os 125 países da lista.“O que dificulta o aumento da competitividade do setor empresarial brasileiro é a falta de atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação, que são as atividades que levam à criação de novos produtos e processos, e fazem com que empresas tenham uma lucratividade muito maior e possam competir no ambiente global”, disse, durante seminário realizado hoje (25) para discutir alternativas no sentido de tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional.Transformar a percepção da sociedade de forma que a Ciência e Tecnologia sejam encaradas como políticas de Estado e não de governo é outro ponto apontado por Rezende como necessário para desenvolver a atividade inovadora no país, aumentando assim a competitividade. Ele citou os exemplos da Coréia do Sul e da China, que ocupam respectivamente a 24ª e a 54ª posição no ranking do Fórum Econômico Mundial. São países que têm governos contínuos onde é mais fácil manter o desenvolvimento tecnológico como política de Estado. “No Brasil temos governos que se sucedem e mudam a política, geram descontinuidade”, disse.Segundo Rezende, o processo de formação de pesquisadores com visão empreendedora no país ainda é recente. O professor Roberto Vermulm, da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, e que participou do seminário, afirmou que além de formar pesquisadores, é importante ter empresas abertas a inovar e, dessa forma, criar empregos: “Não adianta formar pesquisadores se não há postos de trabalho”. Para o ministro, a visão dos setores envolvidos mudou e aponta para o desenvolvimento de uma atividade mais focada na competitividade. “O segmento empresarial percebeu que para competir em escala global era importante ter inovação. Passamos a ter nos governos a noção de que era preciso ter leis, recursos e, no âmbito acadêmico, a percepção de que era preciso investir na pesquisa”.