Justiça autoriza prorrogação de inquérito sobre dossiê

24/10/2006 - 17h38

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Justiça Federal autorizou a prorrogação do inquérito que investiga a negociação, por integrantes do PT, de um dossiê que ligaria políticos do PSDB à compra superfaturada de ambulâncias por meio de recursos do Orçamento Geral da União. A informação foi confirmada hoje (24) pelo superintendente da PF em Cuiabá (MT), Daniel Lorenz de Azevedo.O inquérito foi avaliado pelo procurador Mário Lúcio Avelar, que recomendou aprorrogação de 30 dias para as investigaçõese pediu queinvestigasse outros  encontros de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência. O inquéritosegue para a Justiça, que deve acatar a prorrogaçãoe enviar a investigação para a PF. Nos próximos dias, o inquérito deve ser devolvido à Polícia Federal (PF).Segundo ele, a PF investiga algumas pessoas que poderiam estar sendo usadas nos saques dos dólares que seriam usados para a compra do documento. A polícia ainda não sabe se são “laranjas” (pessoas que emprestam seus nomes para atividades ilícitas) ou se são vítimas, ou seja, pessoas que teriam seus nomes usados sem o próprio conhecimento. Outra hipótese é que os dólares terem sido comprados com documentos falsos.As investigações estão cercadas de cuidado porque o recente vazamento de informações sobre corretoras e casas de cãmbio da Baixada Fluminense que estariam envolvidas no caso tem prejudicado as investigações. O delegado adiantou que novas ações estão previstas para esta semana, mas não especificou se são diligências ou bucas e apreensões.Azevedo também informou que não há depoimentos marcados para esta semana, embora não tenha descartado a possibilidade de a PF tomar o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho. “Há, ainda, a possibilidade de novas quebras de sigilo bancário, se assim o relatório indicar”, acrescentou.Segundo ele, são muitas as operações bancárias mostradas nas quebras de sigilo bancário. Ele exemplificou citando a quebra de sigilo uma pessoa jurídica, que resultou na análise de mais de 200 mil movimentações financeiras.