Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O termo inovação tecnológica não é novidade para as empresas dogrupo Eletrobrás, que investiram desde o ano 2000 cerca de R$1 bilhão na área de Pesquisa e Desenvolvimento. A informação é de Henrique Mello, assessor da diretoria de Projetos Especiais eDesenvolvimento Tecnológico e Industrial da Eletrobrás. Ele é tambémsecretário-executivo do Comitê de Integração Corporativa de Pesquisa eDesenvolvimento Tecnológico (Cicop) da estatal.Há 31 anos, acrescentou, todas as empresas do grupo Eletrobrás “voluntariamente se organizam de maneira a estimular a inovação, a pesquisa e desenvolvimento e, obviamente, a inovaçãotecnológica”.Mello informou que a Eletrobrás aplica, por meio do Fundo deDesenvolvimento Tecnológico, 0,5% do seu capitalsocial, estimado em R$ 100 milhões, em projetos desenvolvidospelo Centro de Pesquisas do Setor Elétrico (Cepel). “Com o objetivo de buscar novos caminhos para o grupo, com o sentido da inovação tecnológica, o Cepel nos custa R$ 70 milhões por ano,tirados do Fundo", disse.Além disso, a estatal injeta recursos no Programa deEficiência Energética e Redução do Desperdício (Procel) e em projetos dainiciativa privada, conforme prevê seu estatuto. Quando a lei 991 foipromulgada, em 2000, "a Eletrobrás já tinha uma prática de apoiaro desenvolvimento tecnológico de décadas”, destacou Mello. A leiestabelece que geradoras e transmissoras de energiaelétrica têm a obrigação de aplicar 0,5% da rendaoperacional líquida em pesquisa e desenvolvimento. Nesse campo, cada empresacontrolada da Eletrobrás se encarrega da mobilização de universidades,centros de pesquisa e indústrias que se candidatam a desenvolverprojetos específicos. A Eletrobrás apresenta, então, àAgência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a carteira de projetos paraaprovação. "Se essa obrigação não for cumprida, a estatal pode ser multada", lembrou Mello.Outros 0,5% da receitaoperacional líquida são destinados em espécie ao Ministério daCiência e Tecnologia, para o fundo setorial CT-Energ, que é gerido pelaFinanciadora de Estudos e Projetos (Finep). O ministério realiza chamadaspúblicas envolvendo universidades, centros de pesquisa e indústrias,para que desenvolvam os projetos. De 2001 até agosto de 2006, os repasses daEletrobrás para o fundo setorial alcançaram R$ 240 milhões.Oassessor da Eletrobrás observou, entretanto, que para sustentar aEmpresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, o grupo Eletrobrás teve quetirar 0,1% da receita operacional líquida da parte dos projetosda Aneel e 0,1% do CT-Energ, direcionando esses 0,2% para a novaestatal, criada no atual governo. Com isso, a divisão da parcela da receita operacional líquidaficou em 0,4% para projetos da Aneel, 0,4% para o CT-Energ e 0,2%para a EPE.Somente neste ano, as empresas do grupo pretendem totalizar investimentos de R$ 287 milhões em pesquisa e desenvolvimento. Para 2007, a previsão é de atingir R$330 milhões em investimentos nessa área.