Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal investigou 30 pessoassomente em São Paulo por envolvimento com a compra de produtospiratas na internet. A Operação I-Commerce deflagradahoje (16) prendeu seis pessoas no estado e deteve um adolescente quefoi encaminhado para o Ministério Público da Infânciae Juventude.Segundo o delegado da PF paulista Welder Almeida,a operação ainda está em andamento em todo oBrasil. Só em São Paulo, segundo ele, 30 pessoas foraminvestigadas: além dos seis presos, 20 foram indiciados trêsnão tiveram comprovação de crime. Desse total,20 moravam na capital, nove no interior do estado e uma nolitoral.De acordo com Almeida, os criminosos agiam de duasformas. A primeira, utilizando a internet como “verdadeira vitrineou catálogo virtual”, onde os responsáveis pelossites de vendas negociavam os produtos piratas por email e osentregavam pelo correio.A segunda forma, de acordo comAlmeida, era mais “elaborada”, consistindo na criaçãode uma rede virtual, onde cada usuário de banda larga seconectava a outro e disponibilizava os produtos ilícitos pormeio de downloads.A venda, segundo o delegado, era feitadiretamente ao usuário final, que se cadastrava no site epagava uma taxa de adesão entre R$ 10 e 15 para utilizar oucomprar os produtos piratas, geralmente softwares e audiovisuais(filmes, seriados e músicas). Só um site em Pernambuco,por exemplo, tinha cadastrados 386 mil usuários.Em entrevista coletiva no final da tarde de hojena sede da PF paulista, o delegado Almeida afirmou que o perfil doscriminosos era de jovens entre 18 e 30 anos de idade, de classe médiaou classe média alta, com nível de instruçãosuperior ou segundo grau completo.De acordo com Almeida, amaioria dos presos sabia estar cometendo crime, mas o fazia pela“sensação de impunidade, a sensação deque não seriam alcançados. Eles imaginavam que ainternet não deixava rastros”.Os investigadosresponderão pelo crime de violação do direitoautoral, cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão, e decrime contra a propriedade intelectual, com pena máxima dequatro anos de reclusão.