Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao comentar a Semana Mundial da Alimentação, o membro do Conselho Nacional deSegurança Alimentar e Nutricional (Consea), Adriano Martins, sustentou, em entrevista à Rádio Nacional, que “o Brasil vive umparadoxo, na questão alimentar, pois enquanto é um grande produtor, umaparcela significativa da população, em pleno Século 21, sofre a mazela dafome”.Segundo ele, “há outra situação preocupante, pois, além da fome na sua forma mais perversa, há a chamada fome oculta, aquela que se escondeatrás da desnutrição, da falta de nutrientes”. Um dos motivos de o país viver esse paradoxo, segundo Martins, está ligado à orientação da agricultura. "Enquanto temos aagricultura familiar, muito importante para o Brasil, há a agriculturaindustrializada, ligada ao agronegócio, voltado quase sempre só para aexportação.”A aquisiçãopelo governo de alimentos produzidos na agricultura familiar para utilizaçãonos programas ligados à alimentação de estudantes, nas escolas públicas, ea implementação de renda através do programa Bolsa Família são, para Martins,iniciativas que “melhoram a qualidade de alimentação do estudante que está numaépoca fundamental de sua vida, e de seu desenvolvimento e permite, no caso doprograma, que as populações mais pobres tenham garantia mínima de que vão podercomprar alimentos para seu sustento”.O membro do Consea também lembrou que Brasília sedia até o dia 22, emBrasília, o 1º Fórum de EducaçãoAlimentar e Nutricional para a Promoção da Saúde. O evento é promovido pela FAO e tem como lema o investimento naagricultura para garantir a segurança alimentar e nutricional.