Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - O FundoNacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNCA) recebeu nosúltimos três anos mais de R$ 51,4 milhões. De 1999 a 2002 as doações emdinheiro foram de R$ 1,89 milhões. Os números foram apresentados arepresentantes de 12 estatais, que estão entre as principais doadoras derecursos para os fundos da infância. Esse aumento revela, segundo o presidentedo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda),Fernando Silva, um maior envolvimento das empresas nas questões deresponsabilidade social. Silva observa, no entanto, que “esse envolvimento (dasempresas) não deve ser interpretado como uma desobrigação dos governos nadestinação de recursos do orçamento público em projetos sociais”.“Queremos cada vez mais realizar projetos que abranjamquestões regionais, e também em estados onde os direitos das crianças sejamviolados”, disse. A região Sudeste é a que mais recebe investimentos.O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos,Paulo Vannuchi, acredita que o crescimento no montante de doações é resultadoda própria consciência das empresas, que respondem a uma orientação dada pelogoverno. E ressalta que não é apenas uma tendência. “A questão daresponsabilidade social, a preocupação em destinar parte dos lucros paragarantir grupos vulneráveis, como as crianças, idosos e portadores dedeficiências, por exemplo, não é apenas uma questão de modismo, é uma realidadeque veio para ficar”, afirma.As doações podem ser feitas por pessoas físicas, que podemdeduzir 6% no imposto de renda devido, e por empresas, que deduzem 1%. Entre asprincipais empresas doadoras estão a Petrobras, o Banco do Brasil, GrupoBradesco, Caixa Econômica Federal e Companhia Hidrelétrica do São Francisco.