Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo federal e a Universidade de Brasília (UnB) unirão forças para combater a droga nas escolas públicas. Em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e o Ministério da Educação (MEC), a UnB promoverá um curso a distância de capacitação de professores para a prevenção do consumo de entorpecentes nos colégios.Com duração de quatro meses, o curso pretende formar 20 mil professores em 4 mil escolas de todo o país. As aulas começarão em 15 de novembro. As inscrições estão abertas até 30 de outubro e podem ser feitas pela página www.cead.unb.br/senad.Para o secretário nacional Antidrogas, Paulo Roberto Uchôa, o mérito do programa consiste na mobilização da própria sociedade para atuar contra o consumo de drogas. “Somente a capacitação consegue formar agentes capazes de combater a incidência de entorpecentes”, avalia Uchôa. “Com educadores, o trabalho torna-se ainda mais essencial porque eles são multiplicadores do conhecimento”.As escolas serão escolhidas pelo MEC, com base nos índices de violência e na influência do tráfico nas comunidades. A convite da Senad, o Instituto de Psicologia da UnB ficará encarregado de elaborar a proposta de capacitação e de executar o projeto.Por meio do Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas (Prodequi), a universidade promove, desde o ano passado, em parceria com a Senad, experiência semelhante com 5 mil professores de mil escolas em diversos estados. “O sucesso da iniciativa fez o governo ampliar o projeto”, relata Uchôa.Uma equipe de cem tutores ficará encarregada para dar apoio e tirar dúvidas dos participantes do curso. O material didático contará com 16 DVDs, com dramatizações de situações reais ocorridas em escolas e textos sobre cada história. “O curso não apenas dirá o que é a droga, mas treinará os professores a identificar possíveis usuários e trabalhar com a família e a comunidade”, explica Uchôa.Além das drogas ilícitas, o curso abordará o consumo de álcool pelos adolescentes. Um estudo da Senad e do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) mostra que 65% dos estudantes consumiram bebidas pelo menos uma vez na vida e 12% admitiram beber pelo menos seis vezes por mês.