Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A União Européia ainda não tem uma posição definitiva sobre a proposta do governo brasileiro decriação de um comitê bilateral para discutir questões referentes àsanidade e à qualidade animal e vegetal no Brasil. Segundo o ministroda Pesca, Altemir Gregolin, o assunto será analisado após o retorno àEuropa da delegação chefiada pelo comissário para a Defesa e Saúde doConsumidor da UE, Markus Kyprianous.
Adelegação chefiada por Kyprianous encerrou hoje (13), no Rio, visita aempresas e laboratórios para conhecer os programas de sanidade equalidade animal e vegetal do Brasil.
“Aprincípio, a proposta foi muito elogiada pela comissão, e acredito queela vai ser construída, porque teria participação de técnicosbrasileiros e europeus que manteriam reuniões periódicas para troca deinformações e para conhecimento mais aprofundado da realidade, além dediscutir as questões relativas às exportações e às condições do produtobrasileiro”, disse o ministro, em entrevista à Agência Brasil.
Naopinião do ministro, a iniciativa contribuiria para estreitar asrelações entre União Européia e o Brasil, evitando “possíveissurpresas” com as exportações brasileiras.
Parafacilitar o trabalho do exportador nacional de pescado, o governobrasileiro está ampliando também o número de laboratórios credenciados.Gregolin disse que há um laboratório em funcionamento em São Paulo eoutro habilitado em Minas Gerais.
“Estamosaparelhando um laboratório em Recife, e também queremos licenciar umlaboratório no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro, de forma a darcondições adequadas para as empresas brasileiras realizarem os testesde histamina, no caso de atum, e os testes de resíduos, e possam fazeras exportações com muita rapidez, agilidade e segurança”, informou.
SegundoGregolin, o Ministério da Agricultura, a Secretaria da Pesca e outrosórgãos federais trabalham para dar ao setor privado brasileiroascondições de logística e laboratoriais poder exportar comtranqüilidade.
Nos últimostrês anos, o Brasil dobrou o volume de exportação de pescado. De acordocom Gregolin, desde 1996, o crescimento das exportações tem sidoconstante. “Nossa meta é ampliar cada vez mais as exportações”, disseele. O ministro explicou que o câmbio este ano prejudicou um pouco asexportações, como ocorreu “no conjunto das exportações brasileiras”,mas o volume é crescente.De acordo com Gregolin, o Brasil temconseguido inclusive ampliar o mercado externo para alguns peixesnativos, como o tambaqui. Até agosto, o Brasil exportou US$ 237 milhõesem pescados, dos quais 54% se destinaram aos países do bloco europeu.Os produtos mais exportados são lagosta, camarão e peixes diversos, comdestaque para o atum.