Operação da PF prendeu 91 por sonegação de imposto e estelionato

05/10/2006 - 20h46

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Noventa e uma pessoas foram presas hoje (5) pela Polícia Federal, acusadas de integrar uma quadrilha de sonegação fiscal e estelionato em frigoríficos no interior de São Paulo. Uma auditora fiscal do trabalho e dois servidores públicos estão entre elas. Agentes fiscais da Secretaria da Fazenda de São Paulo e fiscais da Receita Federal de Campinas também são acusados de participação.O coordenador da operação batizada de Grandes Lagos, delegado Rogério Giampaoli, contou que “muitas provas foram apreendidas” entre computadores, caixas e documentos. Ao todo, 159 empresas e 173 pessoas participavam do esquema, que causou prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos em impostos e multas que deixaram de ser pagos.Os servidores públicos, “mediante vantagens indevidas, prestavam vários tipos de ‘serviços’ ilícitos à organização criminosa”, informa a PF. Os ‘serviços’ são: abertura de empresas de fachada, mudança de regime de empresas, venda de acesso a sistemas da Receita Federal a empresas que não cumprem os requisitos para adquiri-lo, liberação de créditos acumulados de ICMS gerados fraudulentamente, entre outros.Além da Polícia Federal, outros quatro órgãos investigam a quadrilha. O Ministério Público Federal vai elaborar denúncias contra todos os envolvidos. A Receita Federal, a Secretaria da Receita Previdenciária e a Secretaria da Fazenda de São Paulo vão abrir auditoria para levantar os créditos tributários das empresas de fachada.O esquema era organizado em cinco células, organizados para prática de crimes fiscais por meio de empresas em nome de laranjas que não pagavam os impostos, o subfaturamento de receita, a geração de créditos fictícios de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a emissão e venda de notas fiscais frias a frigoríficos para que eles movimentassem as receitas sem recolher impostos e sonegação de tributos, entre outras atividades.