Renato Brandão e Paulo Montoia
Da Agência Brasil
São Paulo - A greve iniciada pelos bancários da capital paulista e 16 municípios da região oeste da Grande São Paulo alcançou 36 mil bancários em 428 dos 3 mil postos de atendimento e centros administrativos, de acordo com balanço divulgado à tarde pelo sindicato. Segundo comunicado do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, pararam hoje 77 locais no Centro, 37 na região da avenida Paulista, 103 na Zona Leste, 68 na Zona Oeste, 38 na Zona Sul, 44 na Zona Norte e sessenta na região de Osasco. Nessa região, o sindicato abrange 106 mil bancários.A reportagem da Agência Brasil visitou cerca de vinte agências de diferentes bancos no centro da capital. A maioria delas aderira ao movimento grevista, mas algumas funcionavam normalmente. As agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Unibanco, Banco Real, Sudameris, HSBC e Banco Safra estavam fechadas. As agências do Bradesco, Itaú e Santander faziam atendimento normalmente, mesmo com cartazes anunciando a greve colados na entrada.Tanto nas agências visitadas que permaneceram fechadas quanto nas que abriram, o movimento de usuários era tranqüilo, com poucas filas. Em algumas agências em greve, como a do Banco do Brasil na Rua Xavier de Toledo, havia uma funcionária de empresa terceirizada prestando orientação nos caixas eletrônicos, principalmente aos idosos.Os bancários deflagraram a greve, por tempo indeterminado, em assembléias realizadas no país entre terça-feira e ontem, após impasse nas negociações salariais da categoria com a Federação Nacional dos Bancos. Na última rodada de negociações, na terça-feira em São Paulo, os bancários insistiram em 7,05% de aumento real dos salários, mas a Fenaban só elevou o índice total de 2% para 2,85%, que é a inflação plena do período da categoria (setembro de 2005 a agosto de 2006), medida pelo IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Entre outros pontos importantes do impasse estão valores e percentuais pagos referentes à participação dos funcionários nos lucros e resultados dos bancos. Na capital, o sindicato convocoiu os bancários a realizar uma passeata pelas ruas do centro no final da tarde, que terminará em assembléia, à noite, para decidir os rumos da greve.