Campo de Provas no Pará e Fazenda em Mato Grosso concentram trabalhos de resgate e pré-identificação de corpos

05/10/2006 - 6h10

Karla Wathier
Repórter da TV Nacional
Campo de Provas Brigadeiro Veloso (PA) e Fazenda Jarinã (MT) - O trabalho no Campo de Provas Brigadeiro Veloso, próximo à Serrado Cachimbo, no sul do Pará, não pára. É de lá que sai a ajudapara a operação de resgate dos corpos do acidente com o Boeing da Gol,que caiu na região na última sexta-feira (29). Mais 16 corpos chegaram nessa quarta-feira (4) aoInstituto Médico Legal, em Brasília. Eles foram armazenados emrecipientes de fibra de vidro e envolvidos em gelo para manter atemperatura ideal. O transporte foi feito por um avião da Força AéreaBrasileira (FAB), o Búfalo. Outros 20 corpos foram removidos dehelicóptero do local da queda e armazenados em um caminhão frigoríficopara exame dos legistas.A base de operação funciona na fazenda Jarinã, que fica a 35quilômetros do local do acidente. É onde os peritos fazem otrabalho de pré-identificação dos corpos. O procedimento é importantepara acelerar a identificação das vítimas, explica o peritocriminalista Zuilton Marcelino. "O corpo está em processo dedecomposição, então quanto antes for feita essa coleta de material,melhor será a qualidade. Tem uma pessoa específica fazendo registro doque veio junto com o corpo, seja uma aliança, um anel, um brinco, avestimenta que ele estava, as características da pessoa, se é homem,mulher, criança. Também fazemos a coleta das impressões digitais e aanálise da arcada dentária."Vinte homens do Centro de Instrução de Guerra na Selva vão reforçar oefetivo. Todo o trabalho de resgate foi acompanhado pelo médico MarcoAntônio Magalhães, parente de duas vítimas - a médica Rosana Magalhães,de 27 anos, e o filho dela, Pedro Peixoto, de 3 anos. Ela iriacomemorar, em Brasília, o aniversário do pai. Marco Antônio viu de perto as dificuldades dosperitos. "A gente caminhou dentro da mata e eu observei que o trabalhotem que ser feito de um a um, tem que ser tirado com cuidado. Édemorado, é trabalhoso, mas tem que ser feito por gente especializada.A gente fica ansioso pelo resgate dos corpos o mais rápido possível,mas a situação é muito complicada.”