Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - Antes da queda do vôo 1907 da Gol, que provocou a morte de 155 pessoas, o pior acidente da história da aviação brasileira era o de um Boeing 727 da Vasp, em junho de 1982. O choque com uma montanha nas proximidades de Fortaleza deixou 137 vítimas fatais. Alguns parentes não receberam um tostão sequer até hoje.De acordo com o advogado Luiz Roberto de Arruda Sampaio, especialista em responsabilidade civil, a maioria dos parentes já recebeu indenização, mas 14 famílias ainda brigam na Justiça, 24 anos depois.Ele conta que foram feitos dois acordos, um para o pagamento do seguro obrigatório (no valor de 200 salários mínimos da época) e outro para aumentar o valor desse seguro.Sampaio acredita que a demora no caso da Vasp não é motivo de preocupação para as famílias das vítimas do vôo da Gol. “A mentalidade da época era outra, as pessoas não tinham consciência sobre os direitos do consumidor. Além disso, as decisões judiciais nestes casos eram mais brandas. Hoje em dia, as leis evoluíram a favor das famílias e vítimas de acidentes aéreos”.Em relação à queda do Fokker-100 da TAM, que causou a morte de 99 pessoas há 10 anos, alguns parentes também ainda não foram indenizados. Segundo o advogado, um grupo de 30 pessoas não aceitou o acordo sugerido pela empresa e continuou a briga na Justiça. Destas, apenas três tiveram os processos concluídos até agora. Outro grupo, com mais de 50 pessoas, optou pelo acordo e já teve o processo indenizatório concluído.