Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília (Brasil) - A Polícia Federal (PF) vai abrir, ainda nesta tarde, um inquérito para investigar as causas da queda o Boeing 737-800, da Gol Linhas Aéreas. Até o momento, o acidente, que resultou na morte de 155 pessoas, estava sendo apurado pela Polícia Civil.A PF vai pedir à polícia civil todas as informações que foram reunidas até agora. Mas adianta que somente com a conclusão da análise das caixas-pretas dos aviões (o Boeing e o jato Legacy que se chocou com a aeronave da Gol) é que se poderá chegar a um possível culpado.O jato, de fabricação da Embrater, voava a 37 mil pés (cerca de 11 mil metros de altura), altitude que, naquele espaço aéreo, pertence aos aviões comerciais. Após passar por Brasília, o Legacy, que saiu de São José dos Campos (SP) com destino aos Estados Unidos, deveria ter baixado a altitude para 36 mil pés, o que não foi feito.Além do descumprimento da rota de vôo, a PF quer saber por que o piloto do Legacy não respondeu aos avisos de perigo dados pela torre de comando, responsável por monitorar o tráfego aéreo. Em depoimento à polícia civil, o norte-americano Joseph Lepore, que pilotava o jato, teria dito que não estava na cabine e, por isso, não ouviu o rádio. A PF ressalta que ainda é muito cedo para julgar as verdadeiras causas do acidente.Nesta manhã, as duas caixas pretas do Boeing foram encaminhadas a um centro de aviação internacional com sede no Canadá, onde serão analisadas por autoridades internacionais. Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que os equipamentos estão “muito danificados”.Ontem (3), quatro representantes de instituições dos Estados Unidos passaram a fazer parte da comissão que investiga o acidente. Além deles, a comissão é formada por especialistas da Anac e do Comando da Aeronáutica.Os norte-americanos são técnicos da Federal Aviation Administration (FAA), a autoridade de aviação civil daquele país, e da National Transportation Safety Board, uma agência que investiga causas de acidentes, ligada ao governo dos Estados Unidos.