Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) questionou o relatório de Jefferson Péres (PDT-AM), que recomenda sua cassação no Conselho de Ética do Senado por suposto envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento – a votação está marcada para 8 de novembro.“Ele afirma que não sou partícipe de corrupção, que não há uma prova sequer, e depois deriva para outro assunto que não estava em pauta: que eu deveria ter punido com mais dureza o assessor [Marcelo Carvalho, ex-assessor que participou da fraude]. Como punido com mais dureza, se no dia que tomei conhecimento oficial eu o demiti no mesmo dia?”, questionou Suassuna. Para o senador, o relator faz um julgamento com base no desencanto que vem demonstrando pela política, e por isso escolheu um símbolo para punir. “Para minha infelicidade, o símbolo sou eu. Não tenho nada errado, nada. Agi corretamente, sou inocente e fico triste de ver que alguém quer fazer escada nas minhas costas”. Péres disse que não fez julgamento pessoal. “Meu relatório foi impessoal, sem emoção nenhuma. Afirmei, dei minha opinião sobre o que o Senado deve fazer”, observou.O relatório deverá ser votado por maioria simples e de forma aberta no Conselho de Ética do Senado. Se a perda do mandato for aprovada, o parecer será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça para exame dos aspectos constitucional, legal e jurídico. Em seguida, o processo será encaminhado à Mesa Diretora do Senado para inclusão na Ordem do Dia. No plenário, a votação é secreta. Para Suassuna ser cassado, são necessários os votos da maioria absoluta, ou seja, pelo menos 41 senadores.Suassuna não foi reeleito. O julgamento do parlamentar deve ser concluído pelo plenário da casa até o dia 31 de janeiro. Depois disso, será iniciada nova legislatura e o processo perde a validade.