Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os cerca de 24 mil bancários do Paraná deverãoparalisar as atividades a partir de amanhã (5), por tempo indeterminado. Asassembléias marcadas para hoje à noite em Curitiba e no interior do estado vãodiscutir a nova proposta de reajuste salarial apresentada ontem (3) em SãoPaulo na reunião entre os sindicatos da categoria e a Federação Nacional dosBancos (Fenaban).Segundo o presidente da Federação dos Bancáriosdo Paraná, Gladir Antonio Bassos, a recomendação é para que o cliente seprevina, pagando hoje suas contas e também resolva os seus compromissosbancários, pois as chances das agências abrirem amanhã são muito remotas.Bassos, que participou da reunião com a Fenaban, disse que o aumento de saláriose de participação nos lucros proposto está muito abaixo do que está sendoreivindicado. Explicouque no Paraná existem 20 sindicatos bancários, dez deles são filiados aConfederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e os outros 10 são filiados a Central Única dos Trabalhadores(CUT). Ossindicatos filiados à CGT reivindicam uma reposição maior, de 16,67% enquanto orestante reivindica um aumento real de salários de 7,05% , ambas as propostasacompanhadas de uma série de outras cláusulas. Sônia Boz diretora de imprensado Sindicato dos Bancários de Curitiba diz que os trabalhadores exigem umreajuste 2,85% -mesmo valor ofertado pelos patrões - mas querem também umadicional por produtividade de 7,05%.Os bancos ofereceram repor a inflação de 2,85 %desde o último aumento e um aumento sobre a PLR de 80 % do salário, mais umabono de R$ 823 e outro abono fixo de R$ 750, desde que o banco atinja 20% docrescimento entre o período 2005-2006. "Esta proposta é praticamenteinviável e injusta se considerarmos que no primeiro semestre de 2006 os lucrosbancários ficaram próximos de 43% em relação ao ano anterior" - afirmaBassos, e segundo ele, existem ainda outras questões a considerar como a dasegurança tanto para os bancários como para os clientes. "A terceirizaçãopossibilita atendimentos em farmácias e lotéricas e esses locais não oferecem nenhuma segurança, sem contar que os funcionários não recebem salárioscomo bancários, o que gera acúmulo de funções". Fator também consideradopor Sônia Boz.A situação atual é caótica segundo o presidenteda Federação. "Em 1994 o Brasil possuía 44 milhões de contas correntes em2005 esse número saltou para 95 milhões. Ou seja, os serviços praticamentedobraram e se em 1994 um bancário atendia 67 contas, atualmente são 236contas".