Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O anúncio da confirmação da descoberta de petróleo leve emum poço exploratório abaixo da camada de sal foi considerado muito importante parao país pelo geólogo e pesquisador da Coordenação dos Programas de Pós-Graduaçãoem Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), GiuseppeBacoccoli. Segundo ele, a descoberta abre grandes perspectivas para oalongamento da atividade de produção e exploração de petróleo no país e apossibilidade do surgimento de uma nova fronteira exploratória, ampliando alongevidade da auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo.A descoberta, de acordo com Bacoccoli, pode vir a sepultar atese defendida por alguns especialistas de que a Bacia de Campos já seria umabacia madura e que já deu tudo o que tinha para dar. “Na verdade ainda faltainvestigar abaixo da camada de sal na Bacia de Campos. Há muito nós defendemosa possibilidade de que exista uma outra bacia sob a atual e de idênticasproporções. É uma notícia muito boa, muito importante, na medida em que foramvencidas barreiras tecnológicas muito importantes. É claro que ainda é cedopara se falar da extensão do campo, mas pelo que nós sabemos os dadosgeológicos e geofísicos indicam uma acumulação muito grande na área agoradescoberta”. Bacoccoli ressaltou o grande salto tecnológico dado pelaPetrobras ao encontrar petróleo depois de perfurar uma camada de sal superior adois quilômetros de extensão. “Por si só esta descoberta já é um recordemundial, pelo simples fato de estar abaixo de dois mil metros de lâmina d’água.Furar poço, para atravessar a camada de sal de mais de dois mil metros e aindapor cima conseguir manter a perfuração e produzir em um poço que deve estar amais de seis mil quilômetros de profundidade então é um avanço tecnológicoestupendo. Eu diria que foi um conjunto de fronteiras tecnológicas vencidas”,afirmou.