Bancários de São Paulo fazem assembléia para definir greve por tempo indeterminado

04/10/2006 - 11h05

Álvaro Bufará
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os bancários do estado de São Paulo farão uma nova assembléia hoje (4), no início da noite, para definir se vão aderir ao movimento de greve geral da categoria.A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta ontem, na sétima rodada de negociações com os trabalhadores. A entidade ofereceu reajuste de 2,85%, que repõe a inflação acumulada no período, mas não representa um aumento real, conforme pedido pelos bancários. A proposta também indica o pagamento de 80% do salário mais R$ 823 fixos, além do adicional de R$ 750 para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 20% no lucro líquido.Os sindicatos da categoria que negociam com a Fenaban rejeitaram a proposta apresentada pela entidade e promovem nesta quarta-feira novas assembléias para decidir sobre a greve."A Fenaban trouxe à negociação uma proposta que não representa aumento real e manteve um plano de distribuição dos lucros que não contempla todos os trabalhadores e nem representa uma distribuição mais justa do crescimento do lucro do setor", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. "Ou seja, as reivindicações não foram atendidas, e o sindicato irá sugerir a adesão a greve na assembléia de hoje".Por meio de nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) indicou que a proposta não foi bem recebida pelos bancários. Por isso, a categoria pode entrar em greve nacional por tempo indeterminado a partir de amanhã (5).A categoria reivindica aumento real de 7,05%, participação nos lucros de um salário e mais R$ 1.500, acrescidos do lucro líquido distribuído de forma linear entre os funcionários das empresas.O estado de São Paulo concentra a maior parte dos trabalhadores no setor, com 106 mil dos 400 mil bancários do país.